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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

O par que manda em todos nós

Para mim, a ambição dos dois senhores é clara. Trata-se de ficar no poder o tempo do mandato, num dos casos, e no outro, tanto tempo quanto possível, sem fazer ondas nem ter que enfrentar grandes tempestades. Não são líderes transformadores, nem têm essa intenção. É verdade, como diz o articulista, que poderiam aproveitar o poder que têm para proceder às transformações que o país precisa, de modo a não ficar cada vez mais longe da média europeia. Mas isso exigiria espírito patriótico de missão, uma visão progressista do futuro, uma compreensão das mudanças que são necessárias, uma coragem política que nem um nem o outro possuem ou não querem assumir.

Pese aos meus amigos, mas a realidade é simples de entender. Gere-se o quotidiano, com o menor risco possível. E nada mais.

Uma situação destas convém aos interesses estabelecidos. Não são postos em causa, não têm de enfrentar desafios desestruturantes e ficam tranquilos, por saber que não será dado espaço a quem esteja a pensar fora dos padrões correntes. O marasmo tranquilo agrada a quem tem grandes interesses para defender.

Vendem-se assim as ilusões habituais: que somos os melhores, os mais seguros, os que comem as melhores sardinhas, que o paraíso fica aqui em casa. Também nos fazem acreditar que anda meio mundo a tentar mudar-se para cá. Quando lhes digo que um conhecido meu preferiu gastar muitos milhões de euros na compra de uma propriedade na Suíça, à beira civilizada do Lago Léman, do que pagar 2 ou 3 milhões por uma vivenda mais ou menos equivalente, mas no caos que é o Carvoeiro, não acreditam. Não entendem que quem tem muito dinheiro e não precisa de um Visto Gold vai para outras paragens, amenas e bem organizadas.

Vale a pena falar destas coisas?

Acho que sim.

O indicador que é o petróleo

O preço do barril de petróleo americano (WTI), para o mês de Maio, vale menos que nada. Caiu a pique, como um pedregulho no alto mar. Nunca tal coisa havia acontecido. Revela de maneira indiscutível a paragem quase completa da economia global. Mas o valor do barril para entrega em Junho anda na ordem dos 22 dólares americanos. Ou seja, os mercados financeiros continuam a apostar numa certa recuperação das actividades económicas, a partir de Junho. É verdade que 22 dólares não é grande coisa, tendo presente que cada barril tem um custo de produção, nos Estados Unidos, através da exploração do petróleo de xisto, de cerca de 40 dólares. Todavia, comparado com o preço de hoje, essas duas dezenas de dólares são uma fortuna.

O que os estrategas nos dizem, com estes números, é que a recuperação económica vai ser apenas parcial e demorada. O horizonte a curto e médio prazo não promete grandes voos. Muitos sectores económicos continuarão em crise. Os Estados mais ricos – nem convém falar dos outros – não conseguirão evitar o colapso de partes importantes da economia. E como estão a esconder essa incapacidade aos cidadãos, dando a entender que irão encontrar os meios necessários para financiar a recuperação, criando assim falsas esperanças, acabarão por entrar em desmoronamento político e social. O risco de caos cívico é imenso. Sobretudo que nós, nos nossos países mais desenvolvidos, nos habituámos a consumos que serão insustentáveis nos próximos anos.

Temos que mudar o nosso paradigma mental, a nossa escala de valores, o nosso entendimento sobre o fundamental e o acessório.

No meu entender, é preciso começar a falar destas coisas, do futuro que nos espera e ter a imaginação política necessária para mobilizar as energias de cada cidadão. Receio que isso não venha a acontecer. Nalguns países mais avançados e coesos, do ponto de vista da cidadania, do tipo Dinamarca, a resposta poderá ser mais fácil. Noutros, tenho a impressão que vamos avançar para sociedades ainda mais desiguais e marcadamente instáveis. Muitos dos nossos dirigentes políticos crêem ser suficientemente espertos para conseguir vender banha da cobra numa altura em que é preciso falar com realismo e promover o empenho de todos. Temos que dizer-lhes que essa via foi chão que já deu uvas. Agora, o mundo é outro.

Mudar de modelo, após a crise?

A preocupação dos políticos é a da reconstrução, sem demoras, logo que possível, do modelo económico que estava a funcionar. Restabelecer o emprego, os rendimentos das famílias, criar condições para que as empresas voltem à vida económica, essas parecem ser as linhas inspiradoras de quem tem o poder político. Não falam da mudança de paradigma económico, de um novo modelo social e produtivo. Mas esse debate irá estar em cima de muitas mesas. Arrisca-se, no entanto, a ser uma discussão académica, sem mais. 

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