Nota sobre a nova ordem internacional
O paradigma geoestratégico mudou. O conflito deixou de ser sobre zonas de influência. Essa era a concepção que nos vinha dos tempos da Guerra Fria. Hoje já não justifica nada, já não pode servir como motivo para intervir nos assuntos internos de outros Estados. Agora o que conta é a defesa dos direitos humanos, das liberdades fundamentais e dos sistemas democráticos. A geoestratégia tem agora uma dimensão humana. Já não se trata apenas de defender o Estado e o regime. A preocupação agora é com as pessoas, a sua segurança individual e colectiva, a sua integridade física e espiritual. As alianças entre Estados têm de assentar em princípios e valores éticos, que respeitem os cidadãos e lhes permitam ser criativos, livres e uma vivência tranquila, sem medos e sem hipocrisias.