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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

Os primários também têm direito de se manifestar

O negacionismo e os movimentos contra a vacina da Covid dão espaço aos frustrados da vida, aos primários radicalizados e violentos para se mobilizarem. Não devem, no entanto, ser impedidos de se manifestarem, desde que tais manifestações respeitem as normas democráticas, a propriedade alheia e a livre circulação dos outros cidadãos. Quando isso não acontece, e a opção que tomam é a da violência, do bloqueamento das vias públicas, da agressão às autoridades responsáveis pela manutenção da ordem e das liberdades de todos, a resposta deve ser firme. E ter consequências criminais.

Assim aconteceu ontem em Paris. E assim está já a acontecer em previsão da manifestação de amanhã em Bruxelas. No caso belga, a polícia previu o encaminhamento das viaturas dos manifestantes para o enorme parque de estacionamento do Heysel, que dispõe de 10 mil lugares à entrada da cidade. A partir daí, os manifestantes terão que utilizar os transportes públicos para chegar ao local de concentração. Ou seja, poderão manifestar-se, mas não estarão autorizados a bloquear a cidade com os seus veículos. É uma medida equilibrada. E um bom exemplo.

Macron falou aos franceses

Emmanuel Macron dirigiu-se esta noite à nação. Fê-lo com muita dignidade e equilíbrio. Contrariamente ao que alguns esperavam, não veio falar das medidas políticas que já decidiu tomar, na sequência das manifestações dos Coletes Amarelos e das centenas de reuniões que promoveu, nos últimos meses, com os autarcas e os eleitores, ao nível local. Falará dessas medidas em breve.

Hoje, veio partilhar a dor nacional que os franceses sentem, depois do que aconteceu à Catedral de Notre Dame. E falar da reconstrução da mesma. Dor e esperança foram as duas mensagens que deram expressão e alma à sua alocução. Tudo isso num momento em que a história e o simbolismo permitem oferecer aos franceses aquilo que muitas vezes lhes falta: uma certa unidade nacional, um sentido patriótico, à volta dos valores que transcendem o imediato e as lutas partidárias.

O Presidente esteve à altura.

Paris com horror mas também com serenidade

As acções terroristas de sexta-feira, em Paris, apanharam-me quando acabava de regressar de uma viagem ao Oriente. Melhor dito, quando havia completado um percurso de mais de trinta horas e me encontrava completamente desfasado em termos de fusos horários. Apanharam-me também, no meio de duas grandes viagens: saio hoje para Addis Ababa.

Mas não quero deixar de exprimir o meu horror e de fazer, igualmente, um comentário inicial.

A sexta-feira de pavor em Paris deve ser vista com uma preocupação máxima. Vem na linha do que acontecera, uns dias antes, em Beirute: dois atentados suicidas, um após o outro, cerca de 50 pessoas mortas. E também no seguimento do atentado contra o avião civil russo, sobre o Sinai, há duas semanas. Todos estes actos de grande barbárie foram planeados e executados a mando do autoproclamado Estado Islâmico. Há aqui uma capacidade de matar, em vários pontos do globo, que nos preocupa sobremaneira

Mas voltemos a Paris. A sucessão de actos terroristas cometidos nesse dia, a desumanidade revelada pelos autores, a cegueira ideológica que os inspirou e que provocou tantas mortes inocentes bem como a autodestruição dos criminosos, até a escolha da data – uma sexta-feira, dia santo, mas uma sexta-feira 13, tudo isso revela níveis de planeamento, de preparação, de execução e de ódio que devem ser vistos como uma bateria de alertas em relação ao futuro.

À preocupação máxima deve juntar-se serenidade extrema. Não há que misturar alhos com bugalhos.

Deve ainda dar-se uma resposta europeia comum. Seria uma derrota tirar a conclusão, face a estes atentados, que se cada país se fechar em casa haverá mais segurança.

 

Suspense e confusão

Ao subir a avenida dos Campos Elísios, dei comigo a olhar para os cartazes dos novos filmes e acabei por me decidir. Pouco passava das 13:00 horas e a sessão do filme que escolhera começava dentro de minutos. No balcão, a empregada, sem que eu o solicitasse, vendeu-me um bilhete sénior – 8,5 Euros – e deu-me um cartão de fidelidade. Ou seja, em relação à idade, não houve ilusões, mas teve-as quanto à minha frequência das suas salas.

 

Hitchcock. Um filme bem feito sobre um realizador excepcional. Mas Alfred, que era um homem de multidões, que enchia cinemas após cinemas, teria ficado decepcionado, desta vez. Comigo, incluindo este sénior, a sessão atraiu quatro espectadores.

Razões haverá muitas.  

 

Na avenida, havia gente, como de costume a esta hora. E, como já o havia visto noutros sítios, um grupo de três soldados, armados até aos dentes, a patrulhar os passeios, para cima e para baixo. Esta é uma maneira de fazer tipicamente francesa. Recente. Umas vezes, os militares patrulham em tandem com os polícias. Outras, à parte. Duvido muito da efectividade desta medida. Duvido ainda mais da sua justeza. Numa situação de normalidade cívica, não deveríamos ter os soldados a fazer de polícias.

 

Andamos todos muito confusos.

 

O mestre do suspense que era Alfred Hitchcock diria que misturar funções e pedir a uns que façam o trabalho dos outros, sem para isso terem a necessária preparação, daria um enredo que acabaria com uma cena final de grande surpresa. E confusão. 

Paris com a luz do Sol de Inverno

Acabei por caminhar mais de seis horas. Paris é assim. É um encanto, em termos de arquitectura, espaço e gente. Sobretudo num dia lindo de sol como o de hoje. Nas grandes avenidas, ou nos bairros, nas zonas residenciais – passei uma boa parte do dia a percorrer o XV arrondissement – respira-se uma maneira de viver que nos faz esquecer a crise. E caminha-se, caminha-se, quer-se ver mais e mais. 

 

Mas, cuidado. É uma atmosfera enganadora, claro, pois quem queira observar com uma atenção mais apurada, nota que se consome menos, que há mais recato nas despesas, que se aproveita mais o que é grátis, como os jardins públicos, os passeios nos grandes boulevards, a paisagem monumental e humana. Mesmo assim, um longo passeio em Paris faz esquecer as mentes pequeninas e as crises grandes. 

Disfuncionalidades

Embarquei recentemente através do aeroporto Charles de Gaulle (CDG), em Paris.

 

Havia mais de dois anos que não passara por CDG. Os serviços de apoio aos passageiros estão agora menos eficientes. Para quem viajava para fora da Europa, da Ásia às Américas, incluindo os muitos que seguiam para África, havia apenas um sector de check-in aberto, com meia dúzia de balcões, no terminal 2E. O meu voo partia do terminal 2F, bem afastado que está, outros passageiros, com outros destinos, teriam que embarcar noutros terminais, mas todos tínhamos que fazer o registo das malas e obter o cartão de embarque num desses seis miseráveis balcões, no 2E. A fila de espera era tão longa que demorou uma hora e vinte minutos a ser percorrida, apenas para deixar as malas. Isto em Classe Económica. Para quem viajava em Executiva ou Primeira, havia um sector logo ao lado, também com cerca de seis balcões, mas praticamente sem passageiros. Mas de acesso interdito aos simples mortais que se deslocam em "Classe Sardinha". 

 

A concentração de todos os check-ins num só sector é uma medida de poupança, percebi…

 

Claro que isto atrasou toda uma série de voos de longo curso, incluindo o meu. Saiu, no que me respeita, uma hora após o horário. Estes atrasos têm custos muito elevados. Muito maiores do que as miseráveis economias efectuadas na área do registo de bagagens.

 

Não dá para entender, à primeira vista.

 

Mas a verdade é simples: o check-in é da responsabilidade de uma empresa, Aéroports de Paris; os voos são por conta das companhias aéreas…

 

Ou seja, poupo eu, pagas tu!

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