A farsa dos Conservadores britânicos
O Partido Conservador britânico agiu com uma rapidez fulminante. Não precisou de muito tempo para compreender que Liz Truss não tinha condições para desempenhar as funções de primeira-ministra. E que se continuasse no poder levaria o partido à ruína eleitoral e o país ao caos económico. Mas o mais importante era não a deixar continuar a desacreditar o partido. Se assim continuasse, a maioria dos deputados conservadores estaria no desemprego, depois das próximas eleições.
Mesmo assim, e apesar de haverem forçado Truss a pedir a demissão, a imagem dos conservadores junto do eleitorado anda pelas ruas da amargura. Mas o sistema permite-lhes continuar no poder durante mais dois anos, se conseguirem encontrar um substituto credível, alguém que consiga dirigir o governo com um mínimo de competência e juízo. Quem será essa personalidade?
Terá de ser alguém com assento no Parlamento de Westminster. Curiosamente, há quem fale de um possível regresso de Boris Johnson. Se isso acontecesse seria mais um prego no caixão do ridículo em que o partido se encontra. Não creio que a loucura e a excentricidade dos deputados conservadores vão tão longe. No entanto, nestes tempos tão estranhos que vivemos, todas as loucuras são possíveis. Os políticos só andam preocupados com uma coisa: salvar a pele.