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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

A actual situação política

A credibilidade actual do governo é tão baixa que fico com a impressão que o país está a navegar ao sabor do vento, sem ninguém ao leme. É impressionante como António Costa deixou chegar a governação a esse ponto. Serão poucos os que ainda acreditam na sua capacidade de dirigir a equipa governamental.

Para complicar as coisas, do outro lado da barreira passa-se o mesmo. Montenegro não consegue projectar uma imagem de liderança que inspire um mínimo de competência. E a Iniciativa Liberal revelou, durante o fim de semana, na sua convenção nacional, que não passa de um saco de gatos assanhados, que não se entendem entre eles. Devo confessar que o nível de conflito no interior da IL foi uma surpresa. E as rivalidades entre os seus dirigentes não inspiram nenhuma confiança.

Como dizia recentemente um amigo meu, os problemas da democracia em Portugal estão na falta de nível dos dirigentes partidários e na ganância que inspira os militantes a  inscreverem-se nos partidos. Isso, depois, leva à falta de empenho patriótico e ao desinteresse pelo desenvolvimento do país.

Um congresso morno, em finais de Agosto

O Congresso do Partido Socialista confirmou o total controlo que António Costa tem sobre a organização. É ele quem manda, quem distribui lugares e quem segura os que fazem asneiras, mas lhe são fiéis. Falar na sucessão, nesta altura, é altamente prematuro. Há vários políticos que têm os olhos no prémio, mas vão que ter de esperar o tempo que Costa queira. E, no final, vai ser ele quem irá escolher o sucessor. Não vai deixar o partido, um dia, nas mãos de quem o possa deitar a perder.

Entretanto, irão chegar fundos vindos da União Europeia. O controlo desses fundos é essencial para manter os pequenos caciques do PS satisfeitos. E a melhor maneira é criar novas entidades públicas, ou parapúblicas, mais funcionários, mais projectos de utilidade duvidosa, etc.

Mas não há nenhum problema. Do lado oposto, ao nível do PSD, a trapalhada é enorme. A imagem que projecta não passa, não mobiliza. O PSD não se consegue afirmar como oposição, muito menos ainda como alternativa.

O resto é para esquecer.

Uma resposta diferente perante uma crise inédita

As consequências económicas, sociais e humanas do choque pandémico serão cada vez mais dramáticas, à medida que o tempo de excepção se prolongar. O nível da gravidade está directamente relacionado, numa correlação linear, com a duração da pandemia. Estamos, na realidade, a entrar numa gravíssima crise nacional. Perante isso, fico boquiaberto quando vejo que os líderes do governo apenas se preocupam em encontrar uma aliança pontual, sobre questões de segunda ordem, com movimentos políticos radicais e representativos de uma pequeníssima parte dos portugueses. É evidente que esses partidos têm alguma importância e não devem ser excluídos. Mas a verdadeira preocupação deveria ser, perante o volume dos desafios que temos pela frente, a de criar uma dinâmica política que servisse de plataforma de acção para os partidos que maior representatividade têm. A coragem política, numa situação excepcional, deveria traduzir-se na procura de acordos estruturais e fundamentais entre o Partido Socialista e o Partido Social-Democrata. Outros partidos e movimentos poderiam juntar-se, se assim o entendessem, a essa plataforma. O essencial será, porém, que a grande maioria dos portugueses sinta que os partidos que os representam estão juntos, quando o país atravessa e vai enfrentar desafios absolutamente inéditos e de grande dimensão.

A uma crise inédita há que responder de maneira diferente. E liderar com imaginação e uma forte dose de coragem política.

Só se ganha no fim

Optimismo, força de vontade e convicção são características fundamentais para quem anda na liderança política. Mas não devem ser confundidas com arrogância, menosprezo e chacota do opositor. Estas e o excesso de confiança levam à derrota.

A governação que se anuncia

O novo governo de António Costa vai seguir uma política de equilíbrios, à esquerda e à direita. Tem habilidade para o fazer. A questão que resta é a de saber se certas medidas de fundo, que têm sido constantemente adiadas, serão ou não postas na agenda governativa dos próximos anos. Por exemplo, a desburocratização e a capacidade de resposta da administração pública, a política do mar e das águas interiores, o apoio à economia digital e do ambiente, a reforma dos serviços de segurança e de ordem interna, a justiça, e outros que tantos. Ou se a habilidade diz apenas respeito a uma navegação em mares pouco profundos. Com a linha de costa à vista.

Votar com equilíbrio

O Primeiro Ministro António Costa não teve um campanha feliz. Para cúmulo, hoje perdeu as estribeiras, quando um homem de idade avançada o interpelo na rua, sobre os incêndios de Pedrogão Grande. O descontrolo não é aceitável, quando se trata de um líder da envergadura do PM. Quando a pergunta é desagradável, dá-se-lhe a volta com elegância e marca-se um ponto.

O que aconteceu e a altura em que aconteceu – no fecho da campanha eleitoral – têm impacto. Na véspera das eleições, a imagem que fica – e a comunicação social encarregar-se-á disso – não é boa.

Mesmo assim, penso que votar por António Costa é a opção mais apropriada. Nesta fase da vida portuguesa e estando o PSD como todos sabemos que está, é fundamental que o partido que venha a ser o pilar do próximo governo tenha o maior apoio popular possível. Não seria bom para a estabilidade democrática e para o crescimento da economia ter um governo com uma base frágil e marcadamente dependente de alianças com as forças do irrealismo político.

Uma nota sobre a rentrée política de 2019

Continuo a pensar que o maior problema político que o país enfrenta, neste momento de rentrée política, reside na fraqueza da oposição. Sobretudo da oposição à direita do governo actual. Aquilo a que chamaria a oposição com moderação, peso e medida. A oposição que deveria representar uma parte importante e indiscutível do país que somos.

Sem contrapeso, a política de quem está solidamente no poder perde o sentido de equilíbrio. Com o tempo, fica entregue a um agrupamento de interesses, que, sob uma capa ideológica vagamente definida, se auto-protege e se convence que o país só tem uma visão do futuro, aquela que eles mais ou menos promovem. E, ainda, sem crítica organizada quem manda ganha um sentimento de impunidade que não é bom para a gestão saudável dos recursos públicos. O poder passa a ser uma pirâmide, personaliza-se em torno de um político forte e perde a forma multifacetada que uma sociedade moderna exige.

Nesta realidade, é evidente que o PSD e o CDS/PP estão em crise. Têm lideranças incapazes de responder às necessidade presentes e ao desafio que representa um António Costa hábil e experiente. As intervenções e os cartazes desses dois partidos espelham bem a falta de estratégia, a incapacidade de definir os ângulos de intervenção, a desconexão entre eles e os cidadãos da vida de todos os dias. São dois fantasmas, que parece que existem mas que não são perceptíveis, que o olho comum não consegue enxergar. Como todos os fantasmas, arrastam-se penosamente nos corredores da vida pública, sem ânimo nem expressão definida.

Os outros partidos da mesma área, recém-criados, não têm credibilidade. Também não têm uma marca política que os distinga no nevoeiro que existe à direita do PS. São fantasias pessoais, meras brincadeiras idiotas de quem gostaria de ter protagonismo. Não convencem ninguém, para lá de um grupo de amigos e de outros medíocres da vida.

E assim estamos, nesta rentrée 2019. Falta acrescentar que não cabe neste escrito falar do BE e do PCP. Reconheço, todavia, que vale a pena analisar o fenómeno político que é o BE.

 

 

Uma oposição em falência

É óbvio que a oposição política ao governo de Portugal não sabe fazer oposição. E que isso contribui para enfraquecer a nossa democracia. Uma oposição medíocre deixa o governo à rédea solta. Com o tempo, perdemos todos.

Sobre um Estado forte

Advogo o reforço da autoridade do Estado. Acrescento, porém, que seria um erro confundir a ideia de um Estado forte com a promoção da burocracia. Sou contra a burocracia inútil e tentacular, omnipresente e burra. O excesso de regras e regulamentos, de actos administrativos absurdos, consome recursos, complica a vida dos cidadãos, favorece as práticas corruptas e desvia o Estado do seu papel estratégico que é o de criar as condições para que a criatividade e o progresso floresçam.

Sou a favor de um Estado eficaz naquilo que devem ser as suas funções estratégicas de ordenação e protecção da vida da nação bem como na defesa dos interesses colectivos na arena internacional. Um Estado capaz de proteger cada cidadão dos diabos que sempre existem, de promover a igualdade de oportunidades e de projectar uma imagem positiva daquilo que somos enquanto povo.

Não se trata de uma deriva autoritária. Nem a defesa de um regime centralizador. Antes pelo contrário, na minha concepção, o reforço do Estado passa pela descentralização da autoridade administrativa, pela transferência de competições para níveis próximos do quotidiano das pessoas, pelo reforço do poder autárquico e pela criação de espaço e poder para as organizações de cidadania, para a sociedade civil. Sem esquecer, claro, o empreendimento económico e empresarial.

Também sou contra a apropriação do poder do Estado por um partido político, por mais hábil que o seu grupo dirigente possa ser. A “mexicanização” da vida política, com um partido a ganhar sucessiva eleições, leva, sempre, à corrupção, ao nepotismo, às teias de familiares e amigos que passam a controlar vastas áreas da governação, ao descrédito da acção política. A alternância partidária faz parte do reforço do Estado. Quando a oposição anda anos e anos pelas ruas da amargura, à procura do tempo perdido, em nítido desnorte, fico profundamente preocupado. Apetece-me, então, gritar que sem partidos à altura não pode haver um Estado como deve ser.

 

O PM está a ganhar o apoio do meu gato

Hoje foi o meu gato quem começou a conversa. Normalmente, não é assim, eu falo e ele finge que ouve. Mas esta tarde, foi diferente. Fez-me saber que está a chegar à conclusão que é uma injustiça antidemocrática não deixarem os gatos votar nas legislativas.

Fiquei a olhar para ele, à espera do resto. Que veio de seguida, sem demoras. É que, tendo em conta a maneira hábil e progressiva como o governo está a responder a uma greve tão séria e por tempo indeterminado, como é a dos combustíveis, ele gostaria, em Outubro, de votar por António Costa. E faria campanha junto dos outros gatos, para que assim fosse.

Como é um gato esperto, primeiro promete, com prudência. Depois vê como evoluem os próximos dias. Se o governo continuar assim, o bicho acabará por confirmar a intenção. Se não conseguir chegar às urnas, pensa que muitos eleitores poderão fazer a mesma análise que ele. Isso dá-lhe algum consolo.

Entretanto, espero que os meus amigos do PSD continuem de férias e não tenham disposição, e maneira, de ler este meu blog de hoje. Incomodar os amigos durante Agosto, não se faz.

 

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