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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

10 de Junho

Dia das Comunidades Portuguesas. Dia especial, para mim, que vivo há mais de quarenta anos fora do meu país natal.

A verdade é que com o passar do tempo, ganhei o hábito de olhar para cada país como algo de estranho e diferente, que preciso de compreender.

Agora também descubro que quando observo o meu país, o vejo igualmente como algo de insólito, com traços escuros e outros mais coloridos, enfim, uma confusão que tenho, como noutras terras, que procurar entender.

Macron falou aos franceses

Emmanuel Macron dirigiu-se esta noite à nação. Fê-lo com muita dignidade e equilíbrio. Contrariamente ao que alguns esperavam, não veio falar das medidas políticas que já decidiu tomar, na sequência das manifestações dos Coletes Amarelos e das centenas de reuniões que promoveu, nos últimos meses, com os autarcas e os eleitores, ao nível local. Falará dessas medidas em breve.

Hoje, veio partilhar a dor nacional que os franceses sentem, depois do que aconteceu à Catedral de Notre Dame. E falar da reconstrução da mesma. Dor e esperança foram as duas mensagens que deram expressão e alma à sua alocução. Tudo isso num momento em que a história e o simbolismo permitem oferecer aos franceses aquilo que muitas vezes lhes falta: uma certa unidade nacional, um sentido patriótico, à volta dos valores que transcendem o imediato e as lutas partidárias.

O Presidente esteve à altura.

Ainda sobre os bancos

A banca portuguesa está em crise. Já várias vezes aqui o disse. Há demasiados bancos, poucas oportunidades de negócios, e muito compadrio. O compadrio tem favorecido uma elite que gira à volta das personalidades que controlam o sector e levado a más decisões comerciais, a um volume elevado de créditos malparados, e, nalguns casos bem conhecidos, à falência de bancos, a falcatruas e à corrupção.

O sector precisa de uma reforma profunda, incluindo consolidação e profissionalismo, com base nas regras do mercado e da competitividade. Não se salva com falsos arremedos patrioteiros, com os manifestos do pessoal de Aljubarrota, como agora parece ser o caso, ou as profissões de fé de outros retrógrados, nem com a manutenção dos mesmos indivíduos à frente das instituições.

Teria tudo a ganhar com uma maior internacionalização dos seus capitais e dos quadros. Por isso, o interesse de bancos estrangeiros deve ser aceite de bom agrado. Faz parte do dinamismo dos mercados.

Estamos na Europa e integrados numa certa maneira de ver as relações económicas.

É verdade que uma boa parte do interesse pelos bancos portugueses vem do vizinho do lado. Também isso é normal. Conhece melhor o nosso tecido económico que outros, vindos de mais longe.

E não nos podemos esquecer do que é evidente: se o capital espanhol investir em Portugal é para ganhar dinheiro. Só o ganhará se conseguir fazer trabalhar os nossos bancos a sério. Ou seja, se conseguir que a nossa actividade bancária esteja na verdade ao serviço da economia e das famílias portuguesas.

 

A minha contribuição para a exaltação nacional

Nos últimos dois dias, paira no ar uma onda de patrioteirismo. A malta que escreve na comunicação social ou que prega nas televisões virou toda patrioteira e lírica. Falam do mar, das centenas de milhões que partilham a língua – vi há dias uma reportagem da televisão de Cabo Verde e o chefe dos bombeiros de uma das ilhas mais importantes era incapaz, ele e os outros, de dizer três frases de seguida em português –, das cidadanias CPLP, dos Cabos do Bojador e assim por diante. Andamos com a pátria aos pulos nos lábios. É um tempo de exaltação.

Ora, eu sou dos que pensam – não seremos muitos, creio – que o patrioteiro é um português bacoco que procura refúgio na ilha que é povoada pela sua própria ignorância e incompetência. É a resposta geral ao facto de não conseguirmos sair da cepa torta. Vive-se numa glória passada, que nos foi contada pelos nacionalistas do fascismo, e acreditamos nisso, como compensação, por não termos garras para construir um futuro melhor para todos nós.

Somos, na verdade, um povo de marinheiros em naufrágio permanente.

 

Um pedido no Dia de Portugal

Mais um Dia de Portugal que passo no estrangeiro. Já nem sei quantos são, depois de mais de três décadas a andar pelo mundo. É isso ser emigrante – ao fim e ao cabo, é essa a minha condição na vida. A emigração é, aliás, uma das características definidoras de uma boa parte dos portugueses. Por isso, o dia de hoje é igualmente o Dia das Comunidades Portuguesas.

Enquanto português e membro das “comunidades no exterior”, é como se fosse um dia duplo, dois em um. Um dia em cheio, que para mais nos faz lembrar o Luís, aquele que andou também por várias partes do mundo. E que no fim do percurso voltou à Pátria, sem grandes meios mas rico de experiências e mais capaz de falar de outros mundos, de coisas de assombrar e de culturas diferentes.

Perante isto, transformar a lembrança do dia em conversa de partidos e de sectários não é aceitável. Dêem folga ao arremesso, caros senhores e senhoras da elite. Há muitos outros dias para falar daquilo que nos divide e antagoniza, para lançar pedras e atacar a torto e a direito o lado oposto.

Seria bom ficar acima do quotidiano rasteiro um dia por ano. Seria uma maneira nova de celebrar Portugal. Sei que não é fácil, mas aqui fica o pedido.

Objectivamente

A minha crítica da realidade política focaliza-se na análise das ideias, dos factos, das consequências e das omissões. Não é inspirada por ódios pessoais, por aversões a tudo o que não pertença à minha esfera ideológica, por sectarismo perante quem não seja do meu partido -- sou, aliás, independente! Quando escrevo sobre o político A ou B, penso acima de tudo no que está a fazer, ou no que deveria estar, nas intenções que revela, na honestidade que o anima --ou não.

 

Aqui há opinião, não há inimizades. Esta é uma das vantagens de estar longe do dia-a-dia da nossa elite. 

Um desafio excepcional

No seguimento do que escrevi ontem, queria deixar claro que não compreendo a euforia politica que a decisão do Tribunal Constitucional tem criado, nalguns sectores da nossa opinião pública.

 

A decisão, cujos méritos não ponho em causa, tornou claro que existe uma profunda crise política em Portugal. O governo ficou com uma autoridade fortemente abalada. A oposição, por seu turno, e por si só, não parece ser alternativa. Mas, mais importante, vamos ter que encontrar argumentos de peso para que possamos ter uma negociação efectiva com os representantes dos nossos credores, numa altura em que a nossa economia não responde, a opinião pública não aceita as reformas do Estado que são necessárias, e as receitas fiscais ficam muito aquém das despesas que esperamos o governo faça.

 

Tudo isto num contexto europeu que é muito pouco flexível, numa altura francamente desfavorável, em que quem decide, na Europa, não está disposto a fazer concessões. Antes pelo contrário. Quem manda pensa que chegou a hora da verdade, das clarificações, da separação do trigo do joio, de refundação da Europa.

 

Ou seja, estamos, isso sim, a viver uma crise nacional profunda. Que não se compadece com euforias. Nem com ligeirezas. Nem clubismos. Nem ódios pessoais. Exige, sim, um vasto movimento de unidade e muita chama patriótica. Como também pede gente firme, que seja capaz de falar com a Europa de maneira que possamos ser ouvidos.

 

O oposto da euforia não é ansiedade. A verdadeira alternativa passa pela mobilização de todos nós. 

Crise e ausência

Há muita gente preocupada com a crise que Portugal está a viver. Só uma visão simplista do momento actual pode levar a acreditar que tudo se resolveria deixando tudo na mesma, sem sacrifícios e sem um amplo consenso nacional quanto ao futuro.

 

A construção do consenso político é a primeira tarefa a resolver.

 

Numa situação de grande complexidade, a criação do consenso nacional necessário para a resolução da crise passa pelo esforço patriótico de personalidades com sólida credibilidade política e uma visão moderna da sociedade e da economia. Onde estão essas pessoas? 

 

Vou estar ausente deste blog e da realidade nacional até 15 de Novembro. Parto com a impressão que quando voltar estaremos ainda mais afundados nas nossas contradições. Espero, no entanto, que assim não seja. Esperar faz parte da cura. 

 

 

Serenidade, realismo e moderação

Ao contrário de muito comentário inocente que continua a aparecer, nos blogs, no Facebook, nas declarações públicas de alguns, a minha escrita não manifesta nenhuma preferência por um partido, no caso das eleições gregas de amanhã. A decisão cabe aos eleitores gregos. Ganhará quem tiver mais votos, ponto final.

 

Os resultados terão, de certeza, um impacto significativo, no que respeita ao resto da zona euro. Caberá, no entanto, aos estados membros da zona decidir qual deverá ser a posição a tomar perante a escolha dos gregos. Mas, sejamos claros: o que os eleitores gregos decidirem terá, antes de tudo, um grande impacto sobre o seu próprio futuro. Sejamos também muito límpidos quanto ao resto: se a escolha for contra o prosseguimento do programa em curso, que assim se faça. O programa não pode ser imposto aos gregos. O compromisso da ajuda financeira deixará, também, de ter cabimento. Seria um erro político de enormes consequências continuar a financiar uma Grécia que diz que não. Temos aqui um teste decisivo para os líderes europeus. Veremos a resposta, em breve.

 

Entretanto, a discussão telefónica de hoje, entre Hollande e Merkel, permitiu desanuviar a relação entre os dois. Nos últimos dias as farpas, de um lado e do outro, revelaram falta de maturidade política, por parte de quem as proferiu, e criaram tensões graves e de mau agouro. 

 

Num momento de grandes perigos, a serenidade é um atributo fundamental. Bem como o realismo e o combate aos estereótipos nacionalistas.

 

Entendemo-nos? 

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