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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

Olhar para o futuro

Escrever umas linhas quando se está fora do ambiente normal, não é nada fácil. Como também não é fácil responder ao telefone, para ser solicitado para falar sobre o Afeganistão. Respondi que poderei falar, mas não sou um académico. As minhas intervenções públicas são sobre a formulação de linhas políticas, não para fazer o historial que outros já fizeram, alguns deles com muita informação. Contar a história é um exercício de estudo e de memória. Pensar no futuro é um exercício de imaginação, que exige igualmente ideias claras sobre o contexto e o que está em jogo.

A diferença que a imaginação faz

Na minha perspectiva, um académico é diferente de um pensador. Não digo filósofo, que isso está um bocado fora de moda, pelo que uso a palavra pensador.

O académico tem a obrigação de ser objectivo, factual. Deve estudar a fundo, ler milhares e outros milhares de linhas sobre o tema que está no centro dos seus estudos e acrescentar conhecimento ao que já existe. Muitos não o conseguem fazer. Limitam-se a resumir o que outros já disseram, a repetir o que já foi foi explorado. Um bom número dos académicos que por aí andam caiem, aliás, nessa categoria de papagaios com excelentes capacidades de memorização. Dantes, chamar-lhes-ia gravadores, agora terei que dizer que são uma espécie de scanners ambulantes. Acreditam que a erudição é a mesma coisa que o conhecimento. E como há muitos tapados que também vêem a vida académica assim, acabam por ter algum reconhecimento, que é uma palavra que se pode confundir com conhecimento.  

O pensador é acima de tudo um criativo. Vive no mundo da imaginação, das hipóteses, dos cenários possíveis, da prospectiva. A academia é, para ele, uma plataforma para levantar voo e nada mais. O pensador é como que uma águia que vê a vida a partir de um ponto perdido no espaço, muito alto e amplo. Mas, contrariamente à águia, não anda à caça de coelhos desprevenidos. Não liga a essas minudências. Anda, isso sim, à procura de novos horizontes, a abrir novos destinos.

 

Opiniões

Encontrar gente excepcional é uma das vantagens que o andar por muitos mundos tem. Sai-se assim da nossa zona de conforto, do que nos é habitual, das ideias feitas e repetidas, do eco das opiniões todas mais ou menos iguais. E percebemos que nesta coisa da vida pública há que ser modesto e andar com os olhos prontos para ver e os ouvidos bem abertos. Também é bom estar preparado para todo o tipo de desafios.


Mas tudo isto não nos impede de chamar os bois pelos nomes. Quando se pensa que algo está errado, há que ter a coragem de o dizer. Mesmo que isso não agrade. A democracia aceita a pluralidade de opiniões. Mas isso não quer dizer que todas as opiniões estão do lado certo da política que é necessária. Respeitar a opinião dos outros não nos impede de dizer que a achamos, mesmo assim, incorrecta. E nalguns casos a história e as vivências de outros povos já demonstraram claramente o erro em que se fecham essas correntes de opinião. E nestas coisas, os erros ficam muito caros.

 

O radicalismo é um sinal de fraqueza

Quando era inexperiente, tinha ideias claras e batia-me pela revolução. Agora, depois de ter percorrido o mundo, acho que tudo é bem mais complexo do que parece.

 

É verdade que convém lutar contra a burocracia e os totalitarismos, mas sem ser preciso partir a loiça. Basta ter firmeza de caracter, paciência para manter a conversação e meia dúzia de objectivos fáceis de explicar.

 

A raiva e amargura não são boas conselheiras. Levam, tão-somente, à violência e fractura social. Puxam-nos para trás, numa altura em que muitos outros procuram acelerar para a frente. Destroem valor, quando precisamos de acrescentar riqueza.

 

São, na realidade, traços de falhanço social e indícios de que estamos a enterrar-nos numa sociedade de areias movediças.

Humanismo laico

Visitei o Centro de Acção Laica (CAL, secção francófona). Está instalado na ULB (Universidade Livre de Bruxelas), num edifício de três pisos, numas instalações modernas, bem desenhadas e amplas.

 

As actividades do CAL abarcam a capital e toda a Valónia. É financiado pelo estado federal belga, ao mesmo título que as confissões religiosas reconhecidas o são, e tem como função defender a liberdade de pensamento e as posições filosóficas da população não crente do país. Com uma vasta actividade editorial, um empenho muito grande na educação laica nas escolas públicas e uma participação muito activa no diálogo entre religiões e outras filosofias de vida, emprega mais de 160 pessoas, na sua sede nacional. Destacou-se, nos últimos anos, em virtude da sua campanha pelo reconhecimento do direito à eutanásia. Está, além disso, comprometido em fazer compreender aos líderes religiosos muçulmanos que ser ateu é uma opção respeitável. O conceito de ateu é algo de incompreensível para a quase totalidade dos crentes islâmicos. 

 

Cérebros

A falta de inteligência é compensada, em muitos casos, com a certeza das opiniões emitidas. Quanto menos cérebro, mais opiniões definitivas. 

Ou estarei enganado? 

 

Pergunto, por que eu vivo de incertezas.

Perdidos, populistas, curtinhos e atrevidos

Esta manhã, ao conduzir de casa para o aeroporto, segui um programa de rádio sobre a carta aberta que os oficiais das forças armadas estão a fazer circular. A carta sobre o mal-estar. Os ouvintes telefonavam ao programa e diziam o que lhes ia na alma.

 

Achei estranho. Primeiro, por que as opiniões expressas era, na maioria dos casos, mera ignorância atrevida, embora bem intencionada, numa ou outra intervenção. Mas sobretudo, por me parecer que um debate a sério sobre o papel dos militares na sociedade portuguesa precisa de ser tratado com serenidade e recato. Não é assunto para chamadas telefónicas ao vivo.

 

Pensei que o ministro da tutela tem sido pouco cuidadoso na maneira como tem tratado do assunto. Os média não parecem querer ficar atrás. E alimentam, deste modo, as divisões e a ignorância popular sobre uma questão que é fundamental, em termos de soberania e do nosso relacionamento com os aliados de segurança que temos. 

 

Não conheço nenhum outro país europeu onde este tipo de insensatezes esteja a ser debatido na praça pública.

 

Parece que perdemos o sentido e a importância das coisas. 

No país dos compadres

A pergunta, ao fim e ao cabo, é sempre a mesma: quais são as opções? A partir daí, conta a melhor.

 

Mas esta pergunta só é oportuna quando se sabe o que se quer, quando se tem uma ideia clara do fim que seria bom atingir. Sem objectivos claros, não há ambição e também não há futuro. Só há conversa e confusão. 

 

As instituições são os pilares da democracia

 

 

Copyright V.Ângelo

 

Nascer do dia, visto de um canto de Lisboa, a pensar que uma sociedade só pode ser considerada como evoluída se os mecanismos que devem proteger os mais fracos funcionarem como deve ser. Não basta que existam. Têm que funcionar eficazmente e com isenção.

 

Sem instituições que assegurem os direitos dos que menos poder têm, o Sol, quando nasce, é apenas para alguns.

 

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