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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

Classe e distância social

No meu supermercado de bairro, os corredores entre as diferentes prateleiras são estreitos. Os clientes acabam por andar, num sentido figurado, aos empurrões uns aos outros. Não há espaço para grandes distanciamentos. Ninguém reclama, não há conversas nem troca de palavras. Cada um trata de fazer as suas compras tão rapidamente quanto possível. Depois, dirigem-se às duas ou três caixas que estão abertas – a loja tem mais caixas, mas raramente abrem todas ao mesmo tempo. Aí, enquanto esperam pela vez de passar pela caixa, certas pessoas lembram-se das recomendações sanitárias. E zangam-se se os dois metros não são respeitados. Curiosamente, são as que parecem ter mais poder de compra que normalmente refilam e lembram as regras aos outros. Assim, às vezes fico na dúvida se se trata da afirmação da regra de saúde pública ou de uma manifestação de poder social, de hierarquia na escala das classes.

Maio com algum optimismo

Temos o mês de Maio à nossa frente. Depois de dois meses extraordinariamente difíceis, e de fragmentação, no que respeita à União Europeia, o voto mais sincero que posso emitir é que maio seja um período em que a coordenação política volte a ser a prática comum na nossa Europa. É altura de dizer não às decisões avulsas, tomadas ao nível nacional, sem vistas mais largas do que as fronteiras do passado. Precisamos de respostas comuns, integradas, que respeitem as profundas ligações que existem, ao nível económico e humano, entre as diferentes nações do espaço europeu. Só assim se atenuará o muito que se perdeu em Março e Abril, só assim se iniciará o caminho da recuperação. Que deverá ser percorrido em conjunto.

 

 

A nossa maneira de ser

No nosso canto do mundo, o individualismo tomou conta de nós. Perdemos a noção de comunidade e de esforço colectivo. Tudo o que nos tira da nossa área de conforto é visto como sendo um sacrifício enorme, uma espécie de atentado contra a nossa liberdade. Tornámo-nos numa geração de comodistas e de egocêntricos. E de indiferentes. 

 

Sem direcção não vamos a parte alguma

Definir o objectivo a atingir deve ser o ponto de partida no caminho para o sucesso. Isto aplica-se às instituições e também a cada um de nós. O problema é que essa definição não é tão fácil de fazer como possa parecer. Falando das pessoas, muitos de nós não temos uma ideia clara do que pretendemos obter. Fazemos coisas, muitas coisas, muitas vezes, extremamente bem feitas, mas sem saber como as inserir num objectivo último, um objectivo que somos incapazes de explicitar com um mínimo de coerência. Ou seja, andamos ocupadíssimos, alguns pelo menos, mas não sabemos para onde queremos ir.

Maneiras de olhar a vida

Em todas as sociedades há quem empurre para baixo e quem puxe para cima.

O meu amigo Beto pertence ao primeiro grupo. Tem um prisma especial para ver o que se passa à sua volta. Um prisma que combina insucesso com inveja. É um apologista sistemático da igualdade pela mó de baixo, um crítico combativo, persistente e azedo, de quem vai além da cepa torta. Beto viveu a sua vida como quadro mais ou menos superior, sem mais, numa repartição do Estado. Sempre com razões de queixa. Sobretudo, dos políticos. Agora, recém reformado, encontra consolação na sua luta pela mediocridade generalizada.

Almocei ontem com ele.

E do outro lado da mesa estava a Isabel. Um caso completamente diferente. Isabel, mais jovem de quase vinte anos, trabalha numa empresa conhecida na nossa praça. Olha para o futuro pela lente das oportunidades. Para ela, o sucesso dos outros, quando honesto, é uma fonte de satisfação, de esperança e, mesmo, um motivo de inspiração. Isabel nunca baixa os braços, mantêm uma atitude positiva perante a vida. Acredita no futuro e luta por ele.

E ali estava eu, preso na teia estranha das amizades, a ouvir um e o outro, e a acreditar que com a sobremesa, ou já na altura do café, me seria dada a oportunidade de dizer que mais vale um bom café amargo que uma aguardente para esquecer.

 

Ricos franceses

O diário francês “Les Echos”, um jornal que sabe fazer contas e que escreve sobre a economia e as empresas, perguntou a uma amostra de leitores “que significa ser rico”.

Em termos salariais, a resposta foi clara: ter um ordenado mensal líquido superior a cinco mil euros. Esse seria o limite mínimo. 28% dizem, no entanto, que é preciso ter um salário mensal líquido superior a 10 mil euros. Creio que estes estão mais perto da verdade, tendo em conta o custo de vida em França.

Já no que respeita ao património, os inquiridos pensam que é preciso ter pelo menos o equivalente a 500 mil euros, no conjunto dos bens imobiliários e mobiliários, livres de hipotecas e de empréstimos. Também aqui, temos 16% que afirmam que o mínimo de património necessário para que uma pessoa possa ser considerada rica deveria ser pelo menos um milhão de euros.

Onde quase todos estão de acordo é quando dizem que “parece mal” ser rico. 78% assim o considera. Mas, ao mesmo tempo, a grande maioria – cerca de três pessoas em cada quatro – acha que é “uma boa coisa” procurar ser-se rico.

Interessante.

E como seria a coisa, em Portugal?

Dizer bem do Natal

O Natal transformou-se, na nossa parte do mundo, numa data muito especial. É uma festa abrangente, que ultrapassa as linhas de separação religiosas ou filosóficas. Trata-se da celebração da família e da renovação da esperança. Apesar de algum aproveitamento político, o Natal tem conseguido manter a distância que deve existir entre as coisas da política e a consolidação dos laços familiares e de amizade. Dirão que não conseguiu, no entanto, evitar o uso comercial da data. Na realidade, esta é uma altura do ano em que o consumo dispara. Mas a vida é assim: ter coisas, dar e receber prendas, tudo isso está associado à alegria e aos dias festivos, faz parte da condição humana. Seria injusto ser demasiado severo em relação ao consumismo natalício. Lembro-me de quando era criança, das prendas modestas que recebia e da euforia ao ver os pequenos nadas no sapatinho de Natal. E fico convencido que vale a pena ser de novo como uma criança feliz, pelo menos um dia por ano.

A troika da vida

A minha neta celebrou hoje os seus três anos.

 

Na visita que me fez, ao fim da tarde, mostrou interesse, pela primeira vez, pela porta das escadas que levam ao sótão. Insistiu em abrir a porta. Quando viu a meia-luz das escadas, ficou paralisada. Ela, que estava pronta a explorar uma parte da casa até então desconhecida, acabou por descobrir o medo, um conceito novo. E disse-me que não iria sozinha, pois lá em cima estava o “lobo”. Como nos contos de fadas, que pouco a pouco vão fazendo parte do seu quotidiano.

 

Assim se criam os medos e as lendas que nos fazem hesitar pela vida fora.

 

Queria que eu fosse com ela, escadas acima. Disse-lhe que não, que quem quer conhecer novos mundos tem que saber vencer todos “os lobos da vida”. Todos. 

Em homenagem

Margaret Thatcher, que hoje faleceu, foi um caso de estudo para quem se interessa por questões de liderança política. Independentemente das suas posições ideológicas, Thatcher ensinou-nos como se ganha e como se perde o poder. Ganha-se com firmeza de princípios e de carácter,  e quando se escolhe com sagacidade as disputas em que convém entrar. Perde-se quando se não entende que a opinião pública mudou e se responde a essa mudança com atitudes casmurras. 

 

 

Comes e bebes

Nos centros comerciais da Europa mais rica, em vésperas de Natal, os corredores estão cheios, gente a passear ou, talvez, apenas, quem pode adivinhar, sem saber o que comprar. O contraste com o movimento nas lojas é grande, há poucos clientes, estando algumas, verdadeiramente, às moscas.

 

Um clima frouxo, num Inverno frio. Receios, numa atmosfera cinzenta.

 

As pessoas cortam-se. Não sabem bem o que 2011 vai trazer.

 

Os únicos comércios que não se queixam são os dos comes e bebes, mas apenas os que oferecem preços em conta.

 

É um Natal de incertezas.

 

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