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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

Há um elefante na política portuguesa

Há uns sete ou oito anos atrás, foi produzido um filme de animação com o título de “Elefante Azul”. A narrativa era simpática: um jovem elefante, bem azul e com olhos grandes, que ia dando os primeiros passos na vida e com eles, encontrava os primeiros desafios ligados à amizade, ao amor e ao dia-a-dia de quem anda pela floresta de todos nós. Foi um filme cativante, embora todos percebessem que não existem elefantes azuis e que o paraíso terrestre é um pouco mais complicado.


Lembrei-me do “Elefante Azul” e da fantasia a ele associada, ao pensar na atmosfera em que muitos dos nossos comentadores políticos resolveram agora passar a viver. Assim a política torna-se mais simples. E mesmo não sendo, no nosso caso, muito “azul”, dá, no entanto para muitas historietas e muita palavra. Seria, como a visão que temos, um “elefante a preto e branco”.

Portas matreiras

Uma vez mais se confirma: não gosto nem da maneira de fazer política nem das matreirices de Paulo Portas. Quanto às suas ideias, não é preciso falar. Paulo não tem nada de consistente para apresentar. É tudo teatro e do mau.

 

Só não compreendo os que, no partido, o seguem. Isso era capaz de ser um bom tema para um projecto de investigação em ciência política.

A agenda política

Estou inteiramente de acordo que uma das prioridades em termos da nossa economia é o investimento. Nacional e estrangeiro. Investimento que se fundamente em conhecimentos e capital. E que seja capaz de criar emprego.

 

Essa deve ser uma das preocupações centrais do governo e dos agentes económicos e sindicais. Deve, igualmente, ter presente que a imagem do país é, nestes dias, mais favorável. Sim, de facto assim é. Por razões objectivas e também por jogos de espelhos, mas a verdade é essa. Há que aproveitar.

 

Mas haverá igualmente que compreender bem o que é actualmente um travão ao investimento. E ter a coragem de falar nisso e de tratar de o resolver.

 

 

Portas e a cabeça do pargo

Jantei uma sopa de cabeça de pargo. Isto, só por si, não seria notícia. Mas aqui em casa, em Bruxelas, no contexto luso-belga da minha família, tratou-se de um grande acontecimento. A metade belga ficou a olhar com horror para a minha preparação do repasto e, depois, para o saborear da coisa. Em dezenas de anos, nunca tinha havido um cozinhado assim.

 

Estava um regalo.

 

Após o jantar, ao ver os títulos da imprensa portuguesa, fiquei a pensar no meu peixe.

 

Aconteceu quando li que uns senhoritos do CDS estão a lançar a isca para que o caudilho do seu partido seja visto como presidenciável, um candidato a sério à alta magistratura. Não sei porquê, mas pouco a pouco vi o Paulo Portas transformar-se em cabeça de pargo, com uns olhos grandes e meio embaciados, como qualquer peixe que já foi fresco, uma testa alta e um ar de quem ataca tudo o que lhe passa perto da toca. Pargo Portas.

 

No buraco que é a política portuguesa de agora, pensar que um peixe desses tem um mínimo de autoridade para poder vir a ser, um dia, um candidato credível à presidência da república, acaba por parecer normal. Mas não é. Portas é um peixote de águas turvas. Não tem, por isso, a visão que se requer. Nem a seriedade. É, isso sim, um perito em manhas e emboscadas, como os peixes que vivem nas cavidades dos rochedos.

 

Depois de escrever tudo isto, fico com a impressão que irão passar mais umas décadas antes da minha próxima sopa de cabeça de pargo.

Um miúdo chamado Portas

Dizem-me que Paulo Portas colocou na sede do seu partido, o CDS, um relógio especial. Tem como função contar as horas, os minutos e os segundos que faltam para que termine o programa financeiro que Portugal assinou com a chamada “Troika”.

 

Esta é mais uma criancice de Portas. É Portas igual a ele próprio.

 

Vinda do Vice-primeiro-ministro, trata-se, igualmente, de uma manifestação de hostilidade bacoca em relação a quem aceitou, mal ou bem, com muita ou pouca sagacidade, ajudar Portugal, numa altura em que as finanças públicas estavam de rastos.

 

Nunca entendi como é que gente com algum valor e com juízo na cabeça tem aceitado, ao longo dos anos, ter como chefe do seu partido um imaturo autoconvencido como Portas. O oportunismo político não pode explicar a coisa, pois os proventos em termos de cargos e de acesso que o CDS permite são raros e sem grande valor. Terá que haver uma outra explicação.

 

E essa explicação não pode estar baseada no valor de Portas. Não o tem. Terá que ver com a sua habilidade em controlar a máquina do partido, enquanto chico esperto que nunca deixou de ser.

 

De facto, a vida partidária portuguesa é feita de mistérios insondáveis.

O PS e Paulo Portas

No calor do debate em curso, sobre o Partido Socialista, as divisões no seu sei, as opções políticas, à esquerda ou à direita, alguém me perguntava hoje se seria possível pensar numa coligação dos socialistas com um ou dois partidos à sua esquerda. A resposta é simples: ser possível, claro que é. Se os resultados das próximas eleições o justificarem e se houver vontade e acordo entre os dirigentes dos partidos em causa, a possibilidade existe.

 

Trata-se, contudo, de uma possibilidade teórica. Não vejo a direcção socialista actual encarar uma tal hipótese. Também não consigo antecipar um acordo sobre um programa comum. E não acredito que o nível de confiança entre esses partidos seja suficiente para que possa permitir um entendimento e um mínimo de boa-fé entre eles.

 

Assim, as próximas eleições só podem levar a uma de duas: ou um dos paridos ganha uma maioria absoluta, ou então terá que haver uma coligação com a direita ou à direita. A maioria absoluta deveria ser o objectivo a atingir. Mas parece-me muito improvável. Resta-nos uma coligação à direita, o que no caso de uma vitória em minoria do PS acabaria por trazer o Paulo Portas de novo ao governo.

 

Paulo Portas, ouviram bem?

 

Teríamos então um PS preso às manhas políticas de Portas.

 

Um pesadelo, este país, por agora.

 

 

 

Burocracia económica e interesses partidários

O Conselho de Ministros português acaba de aprovar a criação de um “banco de fomento” e eu devo ser o único cidadão que vem publicamente dizer que não concordo. A economia nacional, que já é demasiado reduzida para os bancos que temos, não precisa de mais um banco. Ainda por cima, de um banco que não corresponde a um desenvolvimento comercial ou a uma decisão empresarial, mas isso sim, uma nova instituição burocrática, só com sede e sem balcões. Um “banco” que não é banco mas sim política e que vem financiar, segundo diz o governo, as PME, quando essa mesma linha de crédito para as pequenas e médias empresas poderia ser administrada pelos bancos existentes, dentro de regras claramente estabelecidas e sem novos encargos administrativos, novos tachos e outras mordomias. Esta é, uma vez mais, uma visão burocrática da economia, que serve apenas para fingir que se tomam novas iniciativas.

 

Claro que também serve para empregar mais uma série de fiéis membros dos partidos no poder.

 

A reforma de Estado e a política dos ziguezagues

Sem ter lido o “Guião” que agora foi divulgado pelo Vice-Primeiro Ministro, queria lembrar que a “reforma do Estado” é algo de profundamente ideológico. Uma reforma a sério depende inteiramente da visão que se tenha do papel do Estado num país democrático da EU na segunda década do século XXI. A discussão sobre as principais funções do Estado e as prioridades que decorrem dessas funções assenta em escolhas e as escolhas têm as suas raízes nas opções políticas.

 

Tentar apresentar a reforma do Estado como algo incontroverso é um engano. Não há nada mais complexo em matéria política. E só consegue levar avante uma reforma do Estado um poder político com grande legitimidade democrática e uma imagem popular de sucesso e de determinação.

 

Os especialistas em ziguezagues não têm condições para levar a cabo a reforma que os novos desafios requerem.

 

O aprofundamento da nossa crise

Como já havia deixado explícito neste mesmo blogue, há uns dias, a credibilidade financeira de Portugal está a perder terreno, na arena internacional. Está a atingir um patamar a partir do qual qualquer saída do buraco é extremamente penosa. Quem decide sobre estas coisas de emprestar dinheiro aos Estados pensa que a deriva política nacional, quer do lado do governo quer da oposição, vai levar ao agravamento da nossa situação de desequilíbrio orçamental. Irá mesmo provocar uma ruptura de pagamentos e do reembolso da dívida e dos juros.   

 

O momento exige uma liderança clara, inteligente e determinada. Infelizmente, do lado do governo, Paulo Portas e Maria Albuquerque não têm condições nem experiência para lidar com estas coisas. Não estão, de modo algum, à altura. Portas é um político especializado na politiquice e na intriga que definem a política nacional. Albuquerque é uma técnica sem perfil internacional. Não tem o calo necessário para estas coisas. Do lado da oposição, para além da algazarra dos extremistas, de vários bordos, mas unidos pelas mesmas ilusões e ideias irrealistas, temos um Partido Socialista que não percebe em que mundo nos encontramos e passa o tempo a falar do IVA da restauração e de uma Europa que virá por aí abaixo, cheia de solidariedade e de flexibilidade, pronta para nos salvar. É um partido dirigido por escriturários e advogados de província.

 

Que nos resta? Mobilizar os melhores, reinventar a política e tratar do país a sério. Com os pés assentes na terra, e os olhos virados para um mundo que é o de hoje e de amanhã, e não o Portugal do passado.  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Vamos ao que interessa

Os juros a 10 anos chegaram hoje aos 7,235%.

 

Este é valor que Portugal terá que pagar, se for aos mercados neste momento. É uma mensagem forte sobre a falta de confiança da comunidade internacional na nossa capacidade em sair da crise financeira em que nos encontramos.

 

Diz-nos, também, que um segundo resgate, com condições duras, é, para já, considerado inevitável.

 

Junte-se a isto a posição do Eurogrupo e de Bruxelas. Ambos disseram claramente que a meta dos 4% para o défice das finanças públicas, em 2014, é para cumprir.

 

As indicações não podem ser mais claras. Do lado de fora, não haverá grandes folgas nem contemplações.

 

Este é, pois, um assunto de importância estratégica, que deveria estar no centro do debate nacional, na mira dos dirigentes políticos.

 

Mas, não está.

 

Uns fingem que não vêem. Outros, são de facto, tapados e não enxergam mesmo.

 

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