Estive recentemente nos Picos da Europa, nas Astúrias. Esta foi uma das muitas fotografias que a beleza das montanhas me inspirou.
Hoje, ao pensar na maneira como funciona a justiça em Portugal, lembrei-me que talvez não fosse uma má ideia voltar aos cumes e perder-me uns tempos por aí.
Há por aí gente que alia uma grande dose de preguiça a medos. Não se querem cansar, nem querem correr riscos. Tudo muito suavemente, que a vida não está para canseiras.
Domingo de eleições. As listas eleitorais a crescer, que quem morre não é apagado. Com o tempo, e com a falta de seriedade que nos anima, teremos um caderno eleitoral nacional com mais gente do que o total da população residente. Somos, de facto, muito especiais.
Fica-se, muitas vezes, com a impressão que muitos Portugueses são simplesmente trapalhões, preguiçosos, estreitinhos e incompetentes. Esta parece ser uma das nossas características, quando temos as costas quentes e bons padrinhos políticos. Aliás, a cunha continua a ser, como já o fora no tempo do Salazar, o principal factor dos pequenos e grandes sucessos nas vidas de muitos de nós.
Junte-se uma pitada de manobrismo, para completar o quadro.
Também há os que são competentes, trabalhadores e bons líderes. Poderiam ser mais.
A verdadeira face da crise traduz-se nos números crescentes do desemprego. Cada número esconde uma pessoa e em cada pessoa esconde-se um drama.
Uma política de combate à crise passa, antes de tudo, pelo incentivo à manutenção dos postos de trabalho e pela formação profissional para novos tipos de emprego. Só que, neste momento, não se entende qual é a política de emprego do governo. Qual é a estratégia. Apenas se observam reacções após os acontecimentos, uma reposta a reboque da crise. Sem capacidade de antecipação.
Os centros de emprego e formação profissional são, por outro lado, buracos sem fundo, de funcionários afogados na sua própria inaptidão funcional. Um desespero, para quem tem que lidar com eles.