Sol e sombra na política portuguesa
Uma nota positiva e outra negativa.
A positiva vai para o empenho que o primeiro-ministro António Costa mostrou na condução dos assuntos europeus, ao longo do semestre que ontem terminou. A presidência portuguesa do Conselho Europeu mostrou iniciativa, trabalho e resultados. Foi um período difícil, com picos de pandemia e um acentuar das tendências ultranacionalistas de alguns estados-membros. Mas António Costa, Augusto Santos Silva e o embaixador em Bruxelas junto da União Europeia, Nuno Brito, fizeram um bom trabalho.
A nota negativa é sobre o que se passa à volta do ministro Eduardo Cabrita. Costa sabe perfeitamente que essa personalidade é um desastre e que está a roubar credibilidade ao governo, em especial ao próprio primeiro-ministro. Cabrita devia ter assumido as responsabilidades do acidente na A6, ou seja, pedir que fosse feito um inquérito independente ao acontecido. Não o fez e ainda andou a meter os pés pelas mãos. A reacção do primeiro-ministro deveria ter sido aconselhar Cabrita a sair do governo pelo seu pé. O facto de não o ter feito, mostra um primeiro-ministro que pensa estar de pedra e cal no poder e que, por isso, não precisa de ter em conta o sentimento popular e as regras básicas de uma governação responsável. É uma atitude negativa.