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Crescemos quando abrimos horizontes

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As eleições espanholas

Não me cabe fazer comentários sobre a política interna de Espanha, no dia seguinte a um acto eleitoral especialmente importante para o povo espanhol. Digo isto sobretudo por duas razões: o país tem um contexto político muito complexo, que tem as suas raízes na cultura nacional, nas décadas de franquismo e na existência de profundos sentimentos nacionalistas; por respeito para com o povo de Espanha, a começar pelo pai do meu neto e o meu neto, que são sevilhanos de gema e patriotas como é frequente no país aqui ao lado.

Mas quero, apesar de tudo, fazer três observações genéricas: primeiro, terá de haver um governo de coligação, que consiga reunir a maioria nas Cortes que será necessária para funcionar; segundo, acho um erro qualquer coligação que englobe a extrema-direita ou partidos que são contra a unidade nacional; terceiro, o povo espanhol quer um governo ao centro, capaz de representar quem votou pelo centro-direita e pelo centro-esquerda.

Na realidade, a política na União Europeia precisa de ultrapassar os velhos conceitos do século passado e criar uma governação menos antagónica e mais equilibrada.

Essa é a leitura que cada vez mais me parece evidente. E que é difícil de aplicar por duas razões: os políticos continuam a pensar segundo esquemas mentais passados; os partidos estão mais interessados nos seus próprios interesses, no oportunismo dos seus dirigentes, que no futuro das suas populações.

Ainda sobre a situação em Espanha

Tenho muito que receio que o acordo entre o PSOE – os Socialistas espanhóis – e Podemos não tenha a consistência necessária para ser governo. Até agora ainda não apareceu ninguém na fila a querer juntar-se aos dois signatários. Sem que isso aconteça, não há maioria suficiente nas Cortes. Poderá haver um governo que passe, mas passará apenas enquanto o resto dos deputados o entenderem. Ora, a extrema-direita e a direita estão a cavalgar uma onda nacionalista, que o PSOE e o Podemos não poderão acompanhar. Estão em maré crescente, enquanto os dois partidos da esquerda e da extrema-esquerda estão numa situação de estagnação política e de indefinição quanto a uma questão tão fundamental em Espanha, a questão das nacionalidades.

Na minha opinião, a Espanha está hoje numa crise política profunda. E assim irá continuar, a não ser que me engane. Bem gostaria, neste caso, de estar enganado. Por causa da estabilidade dos nossos vizinhos e por causa do impacto que a situação espanhola pode ter na nossa economia.

E agora, que governo em Espanha?

As eleições espanholas de ontem mostraram, entre outras coisas, que Pedro Sánchez, o líder do PSOE, não consegue convencer um número suficiente de eleitores. Apesar de ter uma excelente presença física, há no seu estilo algo que não passa bem, uma secura que não dá raízes à empatia. Se se mantiver na liderança, com certamente irá acontecer, iremos continuar a assistir à estagnação eleitoral do seu partido. Mas ainda lhe resta uma oportunidade para um golpe de asa, para propor uma frente capaz de assegurar a estabilidade governativa. Só que essa oportunidade é hoje mais reduzida, mais improvável do que em Abril de 2019, quando das eleições precedentes. Ou seja, Pedro Sánchez e a Espanha estão agora numa situação de grande complexidade governativa. Também é verdade que, por vezes, as dificuldades aguçam o engenho e levam a caminhos nunca dantes percorridos. Será isso que poderá acontecer agora? Por vezes, na política, os milagres acontecem.

As eleições em Espanha

As primeiras estimativas dos resultados das eleições legislativas espanholas mostram que o país continua fracturado e difícil de governar. As formações de esquerda perderam assentos, embora o Partido Socialista (PSOE) ainda constitua o maior grupo de deputados nas Cortes de Madrid. A direita subiu. Sobretudo, o partido ultra-nacionalista e de extrema-direita VOX. No conjunto, houve quem votasse como sempre o fez, por razões de identificação ideológica, como também houve uma vaga nacionalista, a apostar na direita, sobretudo na mais radical.

Não vai ser fácil construir uma coligação que possa governar. Mas os políticos dos partidos mais institucionais terão que encontrar uma fórmula. Não se pode pensar em novas eleições, como também não é possível ter um governo com uma base política precária, numa altura em que a Espanha atravessa graves problemas políticos internos.

A Espanha e as suas fraquezas

Não me parece razoável comparar a situação política espanhola que resultou das eleições de domingo com a portuguesa. Estamos perante duas realidades nacionais distintas. A espanhola é muito mais complexa, em virtude das autonomias e dos movimentos independentistas, sobretudo o catalão, mas também o basco. Há que saber manter vários tipos de equilíbrios políticos. Na verdade, a Espanha tem um xadrez político muito frágil. Ou, dito de outra maneira, é uma castelo de cartas.

Por tudo isso, compreendo a posição muito cautelosa de Pedro Sánchez e dos dirigentes do seu partido socialista.

Neste momento, penso ser fundamental que Sánchez não feche as pontes possíveis, quer à esquerda quer ao centro. Deverá, ainda, procurar conseguir uma vitória razoável, no final do mês, aquando das eleições europeias, autonómicas e municipais, que terão lugar em simultâneo.

Embora tudo seja urgente, não pode haver pressas.

Espanha: extremistas marginais

Nas eleições gerais espanholas de hoje, a extrema-direita representada por VOX pouco mais teve que 10% dos votos. Ou seja, não assistimos a nenhum terramoto, nem a um renascimento significativo do franquismo. A percentagem conseguida faz de VOX um partido nas margens da democracia. Sem mais. Marine Le Pen, a parente extremista do outro lado da fronteira, tem muito mais peso eleitoral. É um perigo bem maior.

A palidez da Europa

O sítio informático da Visão disponibilizou agora o meu texto mais recente publicado na edição impressa da revista. Pode ser lido em:

 

http://visao.sapo.pt/a-palidez-politica-da-europa=f714188

 

Cito um extracto do meu escrito:

 Com Berlusconi uma vez mais a definir a agenda, a Itália está embrenhada numa nova corrida para a confusão. Reina a demagogia. Até Monti já faz promessas eleitorais irrealistas, ao revés da orientação que seguiu enquanto chefe de governo. Uma parte significativa do eleitorado irá votar, sem grande fé no prometido, mas com base no “nunca se sabe”. 


Espero que tenham a paciência de ler e comentar.

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