Bangui,vinte e tal anos depois
Vivemos em Bangui entre Setembro de 1985 e Setembro de 1989. Depois de quase cinco anos em Maputo, Bangui parecia um paraíso de tranquilidade, mas muito perdido no coração de África. O destino seguinte foi a Gâmbia.
Hoje Bangui, onde estou a escrever este texto, está mais bonita. La Coquette, como gosta de ser conhecida. Tem mais ruas, mais alcatrão, mais gente. Até tem dois ou três monumentos. Mas menos actividade económica, menos Europeus. O clube de ténis, que nos anos oitenta era frequentado por muitos sócios, até às 22:00 horas, fecha agora às seis da tarde. O Rock Club, onde as minhas filhas passavam o fim do dia, nas actividades extra-escolares, mesmo junto ao rio Ubangui, em frente do Congo Democrático, está meio parado e a cair de sujo.
O aeroporto tem um voo por semana para a Europa. Chega-se aqui às Quintas, cedo, passa-se o dia em reuniões e volta-se a Paris no mesmo avião que nos trouxe, levanta-se voo depois do jantar.
As árvores de grande porte estão agora mais velhas. A cidade é conhecida pelas inúmeras árvores de mangas. Na estação das mangas, os jovens andam de um lado para o outro com grandes varas, vários metros, e vão derrubando os frutos mais apetitosos.
É um mundo fora do mundo.