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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

Depois da conversa, fica tudo na mesma

A conferência organizada pelo Presidente da República sobre “Portugal e os Jovens” permitiu uma reflexão importante.

O estudo que encomendou ao Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa sobre “EMPREGO, MOBILIDADE, POLÍTICA e LAZER: SITUAÇÕES E ATITUDES DOS JOVENS PORTUGUESES NUMA PERSPECTIVA COMPARADA” é particularmente elucidativo. Mostra, acima de tudo, uma juventude afastada da prática de cidadania, confusa e com pouca esperança, pronta, em grande medida, a emigrar e a procurar futuro noutros cantos da Europa.

A interrogação que fica, no final de acontecimentos deste género, é sempre a mesma: e agora?

Dito de outra maneira, que acções ou medidas vão ser tomadas? Quem toma a liderança? Quem deve ser responsabilizado para que as coisas comecem a mudar?

E, como noutros casos, a resposta é tristemente simples: as palavras esquecem-se, os diagnósticos não têm tradução prática, ninguém altera uma vírgula às políticas existentes, ninguém pega na bandeira.

É só ruído

Na conferência “Rotas de Abril”, que teve lugar ontem e hoje por iniciativa do Presidente da República, Cavaco Silva disse que, em democracia, “a cultura do compromisso é essencial”. Essa frase segue-se à constatação que fizera que “ a cultura do compromisso, que predomina na maioria dos países da União Europeia, tem tido dificuldade em instalar-se na nossa democracia”.

 

Não estarei muitas vezes de acordo com o desempenho político do Presidente. Acho, no entanto, que fez bem em frisar a importância do compromisso na vida política democrática. Sem compromissos não há acordos entre as diferentes correntes de opinião e sem acordos não há governação possível.

Convém também acrescentar que os compromissos nem sempre se fazem com os amigos políticos. Muitas vezes, sobretudo em alturas de crise nacional, os pactos têm que ser feitos entre adversários e, por vezes, entre inimigos.

 

Mas, para que isso aconteça temos que ter actores políticos à altura. Gente que seja capaz de ultrapassar os seus receios e interesses individuais e colocar o interesse nacional acima de tudo.

 

É isso que parece faltar hoje em Portugal.

 

Temos muitos que são óptimos na promoção das hostilidades entre sectores de opinião, entre correntes partidárias. Fizeram disso o seu ganha-pão. E a comunicação social dá-lhes projecção, porque o barulho e a violência vendem mais. Assim se transforme pequenez em fama, ruído em tomadas de posição sem fundamento.

 

Há aqui um grande desafio por resolver.

 

 

 

Portugal no Mundo

“Roteiros do Futuro”: são uma iniciativa do Presidente da República, que se traduz em conferências sobre temas estratégicos portugueses.

 

A conferência de 2012 foi sobre a demografia portuguesa.

 

A de este ano, que acaba de ter lugar, procurou debater o papel de Portugal no mundo, o nosso posicionamento enquanto Estado e Nação num sistema de relações internacionais que está a mudar rapidamente.

 

Irei ler com atenção as comunicações feitas durante esse encontro de um dia. Receio, no entanto, que muito do que se disse tenha mais de lírico do que de verdadeira estratégia. É que nós, os Portugueses, temos o hábito de andar com a cabeça no ar.  Chama-se a isso tomar a nuvem por Juno!

 

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