Para não sair do tema das caricaturas, refiro-me à anunciada intenção de Santana Lopes. Só que querer ser considerado como um candidato a sério à Presidência da República é uma anedota de mau gosto, pois parte do princípio que os eleitores são parvos e não percebem que o homem pouco mais é do que uma farsa política.
Mas, a sério, que é que anda a promover a campanha do fulano? Qual a razão para tanta publicidade sobre um político oco? Há aqui, certamente, gato escondido.
Não são os Pedrinhos que separam os amigos, meu caro. Cada um, em política e' livre, pode optar por ser pau mandado, outra coisa, ou não.
Só não compreendo e' a escolha do reciclado cavalheiro para a candidatura 'a Câmara de Lisboa. Desde o famoso terramoto, dir-se-ia que Lisboa sempre foi uma cidade atraída pelos desastres.
O PSD, tal como o sitema financeiro internacional, não consegue sair da sua crise de liderança.
Com Pacheco Pereia a bater com a porta na cara da Dra. Manuela, depois de ter feito campanha a seu favor, com o Santana a dividir as hostes, e a confundir os eternos oportunistas do Partido, que ficam sem saber em quem apostar, e o Senhor de Gaia a ressuscitar nas frase envenenadas que vai semeando na imprensa, temos a espiral de crise em aceleração.
Como nos bancos, e' um problema de confiança e liquidez.
De confiança, por que já ninguém acredita no grupo dirigente do costume.
De liquidez, por que os mais aptos retiraram-se do jogo, deixando em cena os que pouco crédito têm.
A decisão do PSD de considerar Santana Lopes como candidato 'a Câmara de Lisboa e' coerente com a rota que o Partido tem vindo a seguir.
Depois de ter eleito uma senhora que representa bem o passado, cabe agora escolher um senhor que não e' mais do que um dos nossos desastres históricos enquanto governante. Pedro e' um homem de outrora, improvisador e imprevisto.
Todos se lembrarão da sua actuação atabalhoada de aprendiz de Primeiro-Ministro, a começar pela desastrada tomada de posse, ate' ao acto final de ser convidado a ir dar uma volta.
Os uivos dos lobos de sempre, os que já tiveram uma posição dominante, ou os da nova geração, que esta' desejosa de tomar o poder e liderar a alcateia, fazem-se de novo ouvir.
Sentem que a velha loba já' deu o que tinha a dar. Não vai ter genica para atacar o povoado.
O cerco vai continuar. Vão, uma vez mais, acabar por se devorarem entre si.
Na Convenção Democrática, um discurso que apoia sem reservas o candidato presidencial do Partido, um discurso com sentido patriótico e que fala directamente às pessoas, com base em casos concretos, vividos por muitos, sem ambiguidades, sem baixezas, sem ataques pessoais, nem contra os do seu campo, nem contra o candidato Republicano.
Deveria servir de exemplo a certos senhores amargurados do PSD, por exemplo.