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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

O G7 tem várias preocupações

A cimeira do G7, que hoje começou na Baviera, tem quatro grandes preocupações em cima da mesa:

  1. A política de agressão de Vladimir Putin, que está num crescendo e é bastante preocupante. Como irá evoluir este conflito nos próximos tempos?
  2. A nova maneira da China conduzir a sua política externa, que é mais explícita nos ataques aos EUA e à NATO. Aqui, a aprovação pelo G7 de uma Parceria Global de Infra-estruturas, num total de 600 mil milhões de dólares para o período 2022-27, deve ser vista como estando em competição directa com o programa chinês da Nova Rota da Seda.
  3. O estado da economia mundial: inflação, disrupções das cadeias de abastecimento de matérias-primas e de componentes, insegurança alimentar, endividamentos insustentáveis, etc.
  4. Manter a coesão entre os países membros do G7.

A Rússia e a insegurança alimentar

Hoje, no Conselho de Segurança das Nações Unidas, Charles Michel lembrou que a União Europeia não tem qualquer tipo de sanções contra a Rússia no que diz respeito ao sector agrícola, incluindo a exportação de fertilizantes. A Rússia pode exportar os seus cereais e outros produtos agrícolas livremente. Se não o faz, é por ter outras intenções. E ao deixar de o fazer e ao impedir a Ucrânia de exportar os seus, a Rússia é a principal responsável pela insegurança alimentar que existe em vários países de África e do Médio Oriente. Que pretende o Kremlin obter com esta política de desestabilização de outros Estados, a que se junta a continuação da agressão contra a Ucrânia? Será para criar agitação que leve a migrações internacionais incontroladas, principalmente com destino à Europa, e promover uma falsa propaganda que tenta ligar a fome à existência de sanções europeias?

A guerra e a segurança alimentar

A agressão contra a Ucrânia vai, nas próximas semanas, privar o mercado mundial de trigo e milho de cerca de 22 milhões de toneladas que estão bloqueadas nos silos, armazéns, portos e navios do país. O bloqueio faz parte da campanha militar russa. O Kremlin sabe que esses cereais são muito importantes para vários países do Médio Oriente e de África. Também está consciente do impacto que o bloqueio tem sobre a segurança alimentar de povos com poucos recursos económicos bem como sobre a assistência humanitária do Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas. Quer agora aproveitar-se disso e negociar a livre passagem desses cereais em troca de um abrandamento das sanções que os Estados ocidentais decidiram aplicar contra a Rússia. Não creio que tal venha a acontecer. Neste momento, a tendência é para o aprofundamento das sanções e não para o alívio. A Rússia não deveria fazer da segurança alimentar internacional uma arma de guerra.

Braga olha para o Sahel

Estive em Braga nos últimos dois dias. O motivo que me levou a essa cidade foi a realização de um seminário internacional sobre as ameaças à segurança de África e da Europa que resultam da situação de instabilidade e de má governação no Sahel.

 

Tive a oportunidade de partilhar a minha análise desta problemática com os outros participantes e também com um grupo de alunos de relações internacionais da Universidade do Minho. É verdade que cada país do Sahel é um caso, mas existem vários pontos comuns. Um deles, passa pelo cruzamento de um meio ambiente cada vez menos favorável à produção de alimentos, em virtude da desertificação crescente – o Deserto do Sahara avança em direção ao Sul cerca de 48 quilómetros por ano – com um crescimento muito elevado da população da região. Dois em cada três habitantes do Sahel têm menos de 25 anos de idade, o que irá contribuir, por vários anos, para que a população continue a crescer de modo acelerado.

 

Como não há meios de vida, muitos desses jovens são, pura e simplesmente, candidatos à emigração. E uma pequena franja, mas significativa, será apanhada pelas redes radicais e pelo crime internacional organizado.

Fome para mais

O departamento África do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) acaba de publicar o relatório de 2012 sobre o desenvolvimento humano no continente africano. O tema do relatório é a segurança alimentar.

 

Vale a pena consultar este documento, embora reconhecendo que a perspectiva do PNUD teria ganho maior profundidade técnica se a FAO tivesse sido associada à elaborarão do relatório. E se as questões da utilização da energia e das tecnologias apropriadas tivessem sido tratadas com a atenção que merecem. 

 

No lançamento do relatório esta tarde, em Bruxelas, na sede da Associação dos Países África-Caraíbas-Pacífico junto da UE, foi curioso ouvir certos embaixadores africanos falar de segurança alimentar, quando se sabe que a agricultura é dos sectores económicos que menos atenção recebe, um pouco por toda a parte, em África. Por exemplo, apesar de uma decisão tomada há alguns anos no quadro da União Africana, em que o compromisso de gastar cerca de 10% dos orçamentos públicos com a agricultura e ramos afins fora assumido, apenas 9 países despendem mais de 5%, por ano, dos gastos do estado no sector. 

 

As políticas agrícolas em África ou são pura e simplesmente inexistentes ou, quando existem, têm sido verdadeiros desastres. 

Reflectir sobre o futuro

A convite da Visão e da EDP, almocei hoje no Hotel Tivoli, na Avenida da Liberdade. Mas, como todos sabemos, não existem almoços gratuitos, quando se trata de empresas ou de políticos. Tive que proferir uma palestra sobre a segurança alimentar e as questões mais vastas da segurança. 45 minutos de discurso para uma sala cheia de gente bem informada , não é tarefa fácil dizer algo que possa parecer novo. 

 

Expliquei como as instituições ocidentais que se ocupam de problemas de segurança vêem os próximos vinte anos, numa era de incertezas e em que vários tipos de choques estratégicos são possíveis.

 

Um dos mais importantes está relacionado com as inovações tecnológicas em matéria de armamentos, incluindo a possibilidade de avanços científicos enormes no que respeita às armas químicas e biológicas, à aplicação da nanotecnologia na fabricação de uma nova geração de armas, bem como toda a investigação científica que certos países hostis aos nossos interesses estão a desenvolver para poderem decifrar os nossos sistemas de codificação e a criptografia de defesa. 

 

Outro choque estratégico possível terá que ver com o colapso de um estado de importância estratégica - o Paquistão ou a África do Sul são dois exemplos - e o impacto geopolítico que tal facto provocaria. 

 

No domínio da segurança alimentar, o desafio que enfrentamos é quase impossível mas tem que ser realizado: acabar com a fome, produzindo mais alimentos em menos hectares, com menos água, menos adubos e pesticidas, utilizando menos energia e sendo capazes de tornar a comida acessível a todos. 

 

No fundamental, o meu objectivo não era o de dar lições, mas sim chamar a atenção para a necessidade de se reflectir sobre o futuro de um modo completo, integrado e realista. 

 

Terei conseguido?

Fomes, excessos e possibilidades

 

A cimeira sobre a segurança alimentar, que hoje começou em Roma, por iniciativa da FAO, é a terceira, esta década, sobre os problemas da fome no mundo. Mas a verdade é que continuamos a ser cegos, não notamos, nem queremos ver, que este é um problema que poderia ser resolvido. Existem conhecimentos suficientes e técnicas adequadas para garantir um mínimo para todos. Faltam, apenas, os líderes à altura. A coragem das decisões, uma outra visão da vida.

 

Ainda na semana passada, a equipa militar de hidrologistas noruegueses, que está agora em missão no Chade, descobriu um lençol de águas subterrâneas às portas da cidade de Iriba, no deserto. Iriba vive na miséria, com falta de água, sem conseguir dar de beber aos seus habitantes, que nem vale a pena pensar nos animais e nas plantas. É uma terra de areias e de securas. Sem agricultura, com os camelos perdidos nas pedras que cercam a pobreza das pessoas.

 

E a água existe. Trata-se, simplesmente, de ter os meios que nós temos, para a encontrar. O resto é uma questão de furos, tubos e decisões políticas equilibradas. Que o acesso à água é uma das fontes de desigualdades sociais.

 

É, um pouco por toda a parte, a mesma situação. Onde hoje se morre de fome e sede, com juízo e meios técnicos, é possível, amanhã, produzir as culturas que fazem viver. 

 

Mas também há que evitar um consumo excessivo, uma demografia sem controlo e uma pecuária sem limites.

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