Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

Questões de segurança no Extremo Oriente

Singapura voltou a organizar, este fim de semana, a conferência sobre a segurança na Ásia e no mundo, que é conhecida pelo nome de Shangri-la Dialogue. Esta é uma das conferências mais importantes sobre o tema da segurança internacional, tendo em conta as várias zonas de tensão existentes naquela parte do planeta: o mar do Sul da China, Taiwan e o seu Estreito, as diferentes rivalidades entre a China, os Estados Unidos, o Japão e também a Austrália, e ainda a questão da Coreia do Norte. Tudo isto se enquadra numa competição extrema entre as duas superpotências que são os Estados Unidos e a China.

Um aspecto marcante da conferência que hoje termina foi o facto do ministro da Defesa da China ter recusado uma reunião a dois com o seu homólogo americano. O ministro é o General Li Shangfu e ocupa o cargo desde março, depois da consolidação do poder de Xi Jinping. O General Li tem estado na lista de sanções dos Estados Unidos desde 2018 devido à compra de armamento russo cuja comercialização tinha sido considerada pelos americanos como sancionável. Por estar na lista, o general chinês achou que não devia encontrar-se com a delegação americana.

Ao mesmo tempo que isto acontecia em Singapura, chegava a Beijing uma delegação de alto nível do Departamento de Estado americano, para consultas. Ou seja, para além das aparências, os contactos entre ambas as partes existem. O próprio director da CIA  esteve há dias na China, também para consultas.

É uma situação complexa. Mas a verdade, deve ser vista com muita clareza. Existe de facto a possibilidade de uma confrontação entre estas duas partes. Nenhuma está disposta a ceder terreno geopolítico. Por isso, o confronto é algo encarado como possível, quer em Washington quer em Beijing. A hipótese mais provável é que resulte de um incidente marítimo ou aéreo que envolva ambas as forças armadas. A partir daí, poderemos entrar numa situação incontrolável e absolutamente destruidora. Esse é um dos pontos mais importantes da agenda internacional, que deve ser tratado de modo contínuo e prioritário.

O povo heróico de Myanmar

A situação em Myanmar piorou bastante nestes últimos dias. Agora, a polícia e os militares atiram a matar. E publicam vídeos nas plataformas sociais com ameaças de morte contra os manifestantes. Apesar disso, a população continua a vir para as ruas e a expressar a sua oposição ao golpe militar. A coragem que mostram é exemplar. Merecem todo o apoio que lhes possa ser dado. Por isso, sugiro que a União Europeia se reúna com os líderes da região (ASEAN) e procure saber qual é a sua opinião sobre as acções que os europeus poderão tomar, em concerto com esses países, para aumentar a pressão sobre os generais golpistas. Esta é uma oportunidade que temos de mostrar que não agimos sem consultar os países da região.

Singapura, que é o maior investidor estrangeiro em Myanmar, já disse claramente que o golpe é inaceitável. É uma posição clara e muito importante.

Entretanto, a China está a perder terreno em Myanmar. Uma grande parte dos manifestantes considera que Beijing apoia os militares. Essa percepção não ajuda em nada os interesses chineses. Anteriormente já havia bastante relutância em aceitar os colossais investimentos vindos da China. No futuro, a relutância passará a ser resistência. Uma das dimensões que está a resultar da presente situação é um enorme desenvolvimento do orgulho nacionalista birmanês. Ora, um dos alvos tradicionais do nacionalismo nesse país é a China.

O coronavírus continua a ser preocupante

Receio que o surto de coronavírus tenha entrado numa nova fase. Temos agora focos de contaminação fora de Wuhan e da província de Hubei. Focos na Coreia do Sul. No Japão. Em Singapura. No Irão. Na Itália. Não é preciso ser-se alarmista para perceber que a epidemia não está controlada.

O Director-Geral da OMS disse hoje, perante estes novos factos, que a janela de oportunidade estava agora mais estreita. Na realidade, o que queria dizer é que temos motivos suficientes para que continuemos preocupados.

 

 

De volta a Myanmar

Estive em Myanmar, entre o último post que aqui deixei e o de agora. A razão da minha estada era tentar perceber o que se passa no país e ver quais são as aberturas possíveis, em termos de resolução de alguns dos conflitos existentes nesse país.

Havia visitado Myanmar, com mais tempo, em 2015. Quatro anos depois, vi uma situação profundamente complexa e pouca paz no horizonte. Também notei progresso na frente económica.

Aung San Suu Kyi, a líder civil do país, Prémio Nobel da Paz em 1991 e Prémio Sakharov da UE em 1990, perdeu uma parte do apoio popular de que dispunha na altura, mas continua a ser, de longe, a personalidade que mais pesa na política nacional, para além dos generais. Na frente internacional, Suu Kyi está cada vez mais dependente da China e dos chineses de Hong Kong, Singapura, Taiwan ou mesmo, dos da Tailândia.

As próximas eleições gerais terão lugar em finais do próximo ano. A Comissão Eleitoral é muito frágil.

Para além das aparências, a última palavra, sobretudo em caso de crise, pertence aos chefes das Forças Armadas. Em especial ao comandante supremo, o General Sénior Min Aung Hlaing. Estabelecer um diálogo político com ele e os seus é fundamental para a resolução, passo a passo, dos inúmeros conflitos que Myanmar vive, incluindo a questão muito conhecida dos Rohingyas.

Acordos comerciais e geoestratégia

Esta semana terminam cinco anos de negociações entre os EUA e mais onze países da Ásia e do Pacífico. Trata-se do acordo final de comércio conhecido como a Parceria Trans-Pacífico, ou TPP. Inclui, para além dos americanos, o Japão, a Malásia, o Canadá, a Austrália, Singapura, o Perú, o Chile, o México, Brunei, o Vietname e a Nova Zelândia. Estes países representam 40% do PIB mundial. A reunião que permitirá aos ministros do comércio acertar as últimas agulhas começa amanhã no Havai.

Para além da dimensão comercial, que é muito importante, o TPP permite duas outras leituras, de natureza política, que gostaria de sublinhar.

A primeira diz respeito à China. A China não faz parte do acordo, o que em grande medida é visto como uma vitória estratégica favorável aos EUA e ao Japão. Houve a preocupação de a excluir do processo.

A segunda tem que ver com a UE. Os EUA estão metidos numa negociação semelhante com Bruxelas, conhecida pelas iniciais TTIP. Mas na realidade, a grande prioridade política, para Washington, é o Pacífico. O Pacífico, numa concepção ampla, que engloba igualmente o Canadá e países considerados de grande interesse na América Latina.

O TTIP também terá a sua importância, é claro, mas o esforço principal era o de conseguir levar a bom porto o TPP. Até porque com esta parceria aprovada, nos moldes em que o está a ser, vai ser muita mais fácil, pensa Washington, influenciar os europeus e fazê-los aceitar certas posições americanas. Nomeadamente no que respeita ao mecanismo de resolução dos conflitos comerciais. No entender americano, esse mecanismo deve seguir um modelo arbitral, fora da alçada dos tribunais convencionais.

 

Procurar sempre ser-se o melhor

Estive recentemente em Singapura, depois de doze anos de ausência. Foi-me difícil reconhecer a cidade, apesar de a ter conhecido bem no passado. O reordenamento urbano, especialmente na área da Marina e nos bairros residenciais na parte Leste, na direcção do aeroporto, é simplesmente espectacular. Reflecte bem a riqueza existente, uma enorme capacidade de investimento, bem como a preocupação política de mostrar que Singapura é o epicentro da região, o local onde as grandes empresas devem ter a sua sede regional.

 

A filosofia governativa, inspirada no pensamento do Pai da Nação, o homem que transformou a independência de um lugar perdido e pouco hospitaleiro numa sociedade evoluída e segura, Lee Kuan Yew, hoje um velho senhor de 90 anos, tem sido sempre a mesma: ser o número dois não chega, é preciso, isso sim, ser-se o melhor!

 

Pode dizer-se muita coisa sobre Lee Kuan Yew, a sua visão autoritária e paternalista, e também sobre Singapura. Mas acima de tudo convém não esquecer que sem uma ambição nacional que nos procure colocar no topo não se constrói um país moderno, capaz de oferecer oportunidades de vida para todos.

Singapura

O diário de Singapura "Straits Times", um dos jornais mais importantes da Ásia, abriu hoje, pela primeira vez, as suas colunas à minha escrita. Na edição impressa e on-line.

 

O meu texto inaugural pode ser lido no seguinte link:

 

http://admpreview.straitstimes.com:90/vgn-ext-templating/v/index.jsp?vgnextoid=0ef624266255c210VgnVCM100000430a0a0aRCRD&vgnextchannel=0162758920e39010VgnVCM1000000a35010aRCRD

Singapura descobre a África

Agora é Singapura que começa a interessar-se a sério por África.

 

Em Julho organizou o primeiro Fórum de Negócios África-Singapura. A partir de Outubro, haverá várias missões comerciais e de investimento. Com destino, numa primeira fase, a Angola, Botswana e África do Sul. Depois, será a vez do Quénia, Uganda e Ruanda. Numa terceira volta, os empresários deste país da Ásia do Sudeste irão ao Egipto e à Argélia.

 

A escolha dos países que interessam a Singapura merece reflexão.

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

<meta name=

My title page contents

Links

https://victorfreebird.blogspot.com

google35f5d0d6dcc935c4.html

  • Verify a site
  • vistas largas
  • Vistas Largas

www.duniamundo.com

  • Consultoria Victor Angelo

https://victorangeloviews.blogspot.com

@vangelofreebird

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2016
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2015
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2014
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2013
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2012
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2011
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2010
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2009
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2008
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D