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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

Onde pára o Conselho Europeu?

Decorre este fim-de-semana em Munique a edição 2015 da conferência sobre segurança. Com o tempo, estas reuniões anuais ganharam uma projeção única. Munique é, neste momento, o acontecimento anual mais importante sobre questões de segurança internacional.

Como não podia deixar de ser, a Ucrânia é o prato forte no menu de 2015.

Depois de ouvir o que foi dito hoje, de saber quem falou e o que disse, notou-se a ausência de uma posição europeia. Há vários países da UE a falar sobre o tema, mas não há uma declaração comum. É como se o Conselho Europeu estivesse relegado para um canto e impedido de se manifestar. Nem Donald Tusk nem a Alta Representante Federica Mogherini deram sinais de vida.

Creio que estou já a sentir saudades dos tempos de Herman van Rompuy, para não falar da argúcia com que Javier Solana, antes dele, falava destas coisas e acabava sempre por tomar uma posição pública.

A redução ao silêncio é a melhor maneira de dar cabo das instituições europeias.

Qual é a mensagem?

Recentemente, num jantar de gente com poder -- e que por isso se considera muito importante -- o orador principal, Javier Solana, dizia que a comunicação entre as elites e as massas está emperrada, não se faz com clareza. Cada um vive, segundo afirmou, no seu círculo, sem verdadeiro diálogo e transmissão de ideias entre eles, sem se ouvirem. E falava, então, da necessidade de utilizar as redes sociais, como meio de comunicação. Ele próprio é um activo utilizador do twitter. 

 

A verdade talvez seja mais complexa. Não é apenas a questão dos meios que está em causa. Ainda hoje vi, durante uns curtos minutos, por não ter paciência para mais, um debate entre eurodeputados transmitido pela BBC World: o meio de comunicação, um canal de televisão com prestígio, era óptimo, mas a conversa era pura e simplesmente banal e confrangedoramente pobre de espírito. Ou seja, a questão dos conteúdos é fundamental.

 

As pessoas estão hoje mais informadas do que nunca. Quando um político procura comunicar com os simples mortais que nós somos, tem que ter algo para dizer, uma mensagem, um ponto de vista, uma perspectiva nova, numa linguagem directa e verdadeira. Se não proceder assim, ninguém tem tempo e disposição para o ouvir. 

 

E os políticos aproveitam os jantares nos palácios do poder de outrora para se lamentarem. Quem tem pena deles?

 

 

Uma voz trémula

Por falar em medo, como ontem falei, conheci um ministro dos Negócios Estrangeiros -- o nome não é para aqui chamado, nesta altura da história --que ficava sem fala quando tinha que falar com Javier Solana. O temor era tão evidente que Solana o tratava com muito carinho, como um pai trata um filho ainda pequeno. Entretanto, o país que esse ministro representava ia sendo, sistematicamente, ultrapassado pelo Javier, na altura de fazer nomeações para cargos importantes na UE. Nenhuma recomendação de peso, feita pelo ministro, foi aceite por Solana.

 

Pensei, depois, que talvez não haja nada de estranho numa situação dessas. Um ministro é quase sempre um yes-man da política. Habituou-se a fazer carreira com base na aceitação cega da autoridade de quem está por cima, quer seja no interior do seu partido quer seja a do primeiro-ministro. Com esse tipo de reflexo bem interiorizado, como ousaria falar de igual para igual com uma pessoa de personalidade forte, como Solana? Sobretudo, num salão de Bruxelas, num francês ou inglês trémulo?

 

E assim vão certas políticas...E assim são defendidos os interesses nacionais...

Voar acima das espertezas saloias

 

Hoje estive de novo com Solana. Foi, como de costume, uma discussão sem ilusões, mas também sem cinismos, que o cinismo é próprio dos pequenos seres políticos.  De quem voa baixo. Quando se discute com Javier Solana procura-se sempre ver o lado positivo dos problemas, como encontrar soluções para questões bem complexas, como resolver os conflitos que estão em cima da mesa.

Ninguém tenta ser mais esperto que os outros. Somos todos gente batida na complexidade dos grandes conflitos internacionais, não é preciso mostrar que se é mais inteligente que o adversário. Cada um tem uma noção clara de quais sãos os interesses em jogo. A discussão tem esses interesses em linha de conta. Os silêncios, os não-ditos, os entendimentos que não se mencionam, mas que estão presentes, também.

 

Não é uma esgrima de palavras, de espertezas, de saloiadas de espírito leve.  Mais não digo.

 

 

 

 

 

Botas e tiros no Darfur

 

Ontem e hoje, foram dias de combates no Darfur, nomeadamente ao sul da cidade de El-Fasher. A uma ofensiva dos rebeldes do Movimento Justiça e Igualdade (JEM), o governo do Sudão respondeu com bombardeamentos aéreos.  
 
'A medida que se aproxima o momento de uma decisão do Tribunal Penal Internacional sobre o Presidente Al-Bashir, a situação interna torna-se mais complicada, com a radicalização de certos grupos político-militares.
 
O Sudão e' o maior país de África e a instabilidade interna que venha a ocorrer tem um grande impacto regional, sobretudo no que diz respeito ao Chade.
 

Derivas europeias

Depois dos votos de bom ano, o primeiro dia de 2009  leva-nos, inevitavelmente, à crise na Palestina.

 
Após seis dias de bombardeamentos da Faixa de Gaza, e de muito sofrimento humano, as máquinas diplomáticas mantém-se emperradas e, por isso, incapazes, de tomar a iniciativa. Continuam a ser os militares e os falcões da guerra, quem fixa a agenda. Quando os diplomatas hesitam, os senhores das armas tomam a dianteira e os líderes fracos escondem-se por detrás de decisões bélicas, para fazer esquecer as suas incapacidades políticas.
 
Entretanto, os ministros dos negócios estrangeiros da União Europeia reuniram-se em Paris a 30 de Dezembro. A posição que aprovaram está teoricamente correcta. Exige um cessar-fogo imediato, uma ajuda humanitária sem entraves e um recomeço do processo político.
  
Mas falta a acção para além das palavras. Não se entende que perante uma crise grave, que exige acções imediatas, não se tenha despachado sem mais demoras o senhor Solana e mais um ou dois ministros para a região. Uma decisão deste tipo enviaria um sinal forte a Israel e ao Hamas,  bem como a outros protagonistas importantes na região. Seria apreciada pelo povo da Palestina e pelos Árabes, em geral. Significaria que a Europa leva a questão muito a sério e não se limita apenas a palavras sem consequências , que mais parecem escudos para esconder uma posição de preferência em relação a Israel.
 
Ficou, para além do comunicado dos ministros , a promessa de uma visita para a semana de uma delegação ministerial europeia. É uma decisão frouxa, que deixa espaço ao Presidente francês para se deslocar à região antes dessa visita e retirar uma vez mais todo o protagonismo a Bruxelas.
 
Para que serve então a máquina europeia de diplomacia que se construiu em Bruxelas à volta de Solana e na própria Comissão?
 
 
 

 

 

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