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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

Mudar de rumo após a crise

Com a saída progressiva do confinamento, estão a aparecer vários grupos de discussão sobre as mudanças que deveriam ocorrer, na nova era que se segue à crise do coronavírus. A intenção é clara e generosa: reconstruir o que foi desestruturado mas fazê-lo com grande respeito pelas pessoas e pela natureza. Ou seja, reorganizar a sociedade e as economias de um modo mais inteligente, saudável e sustentável. As ideias não serão novas. Há algum tempo que se fala da necessidade de mudar o mundo. O que é novo é o ímpeto que esse movimento de ideias está a ganhar. Esse ímpeto existe porque estamos perante uma oportunidade de mudança.

A grande questão continua a ser a do poder. Como influenciar quem tem poder, seja ele político ou económico. Essa questão não é fácil de responder. Greta Thunberg e Malala Yousafzai mostraram que é possível chegar aos ouvidos do poder. E obter promessas. Há que continuar nessa via, mas com mais vozes e grandes alianças de gente influente. Este é o momento, por exemplo, que deveria captar as atenções dos multimilionários altruístas e dispostos a financiar grandes causas. Têm agora uma oportunidade única de influenciar o rumo de certas visões do mundo de amanhã. A filantropia é uma prática que pesa muito nalguns países, sobretudo nas economias mais avançadas.  

No entanto, o poder está acima de tudo nas mãos de quem controla os Estados. Quando o Ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, anuncia, como o fez hoje, que o seu governo já mobilizou 450 mil milhões de euros para voltar a pôr a economia nacional de pé, ficamos a perceber onde está a capacidade de influenciar as coisas. Também percebemos que a preocupação de quem está no topo da pirâmide política é claramente a de voltar à situação que existia em Fevereiro. Não parece haver a preocupação de desviar o percurso. Creio, no entanto, que muito do que aí vem será diferente do que se conhecia no início do ano. Por isso, há que continuar a discussão sobre um mundo diferente.

Um 1º de Maio muito estranho

Este é um 1º de Maio de grande precariedade. Aqui e por toda a parte. Um 1º de Maio que só nos pode deixar preocupados. Temos agora um mundo mais pobre e mais frágil. E não sabemos por quanto tempo. Ao princípio, os optimistas diziam-nos que a recuperação se faria em V. Batíamos no fundo, depois voltava tudo ao lugar. Era como se a economia fosse um interruptor. Desligado, ficávamos todos às escuras. Uma vez ligado, teríamos novamente a luz habitual e seria só voltar a ligar as máquinas e os sistemas. Nunca acreditei nesse optimismo. Quando o sistema económico entra em curto-circuito, a engrenagem sai dos gonzos e rompem-se os circuitos. Pôr novamente as coisas em andamento não é tarefa de um dia. Perante estas reservas, disseram-me que talvez seja em W, a anunciada recuperação. Ou em U. Continuo a não acreditar. As rupturas são demasiado grandes e o recuo para detrás das fronteiras nacionais excessivamente preocupante, para que se possa prever uma retomada rápida do que entretanto foi perdido.

O melhor é deixar as letras do alfabeto em paz. Porque o alfabeto também tem as letras I e L.

O fundamental é, neste 1º de Maio de um ano estranho, continuar a ter esperança. Mas um esperança realista, sem ilusões e sem radicalismos malucos. Prometer mundos e fundos, que não estão disponíveis, é um engodo.

O ciclone Idai interpela-nos

O ciclone Idai deixou a maioria das infra-estruturas da cidade da Beira, em Moçambique, destruídas, para além de ter morto um milhar ou mais de pessoas. Foi um enorme desastre natural. Trouxe desafios inimagináveis para as famílias e para as autoridades.

A solidariedade internacional, e a ajuda de emergência, chegou primeiro da África do Sul, um país que tem capacidade para responder a este tipo de crises. Outros se seguirão, assim o espero. Portugal deveria responder também, na medida dos meios possíveis. E a população portuguesa precisa de mostrar que não fica indiferente quando algo desta gravidade acontece num país a que a história e o passado recente nos ligam.

 

A solidariedade

Aqui está o link para a crónica que público hoje na Visão:

 

http://tinyurl.com/npup3km

 

E, se seguida, o texto, a partir do original submetido para publicação:

 

 

 

Combater a indiferença

Victor Ângelo

 

 

 

Nos últimos dias de Novembro de 1984, um grupo de artistas lançou, a partir de Londres, uma canção e um movimento de solidariedade a favor das vítimas da fome na Etiópia. Assim surgiu um dos maiores sucessos de ajuda popular, que ficou conhecido como “Live Aid”. Bob Geldof e Bono, do grupo U2, foram, entre muitos outros músicos e cantores, os grandes patrocinadores da iniciativa que teve um impacto mundial e se transformou num marco significativo da história da cooperação internacional. Lembro-me que uma década mais tarde, quando Geldof e Bono apareciam em Nova Iorque, eram recebidos na ONU como figuras lendárias, humanistas a quem se devia respeito e admiração.


Passados quase trinta anos e perante as tragédias da Síria às Filipinas, sem esquecer a situação de pré-genocídio que se vive na muito esquecida República Centro-africana, não me parece descabido levantar uma questão muito directa: somos hoje menos solidários? No fundo, trata-se de questionar a indiferença que agora define a nossa atitude perante o sofrimento em larga escala de muitos dos nossos contemporâneos.


Tenho sublinhado publicamente esta pergunta, nos últimos tempos, sempre que a ocasião o permite. Faço-o por estar convencido que a indiferença diante da desgraça dos outros tem hoje mais peso que o sentido de fraternidade. As imagens televisivas banalizaram a dor alheia. Transformaram os infortúnios em estereótipos. Habituaram-nos a ver os Africanos como gente que vive na miséria e em situações de conflito, os Filipinos como um povo que está sempre inundado e à deriva, os refugiados como pessoas acostumadas à infelicidade e aos afogamentos. E assim por diante. Por outro lado, a crise e o desemprego nos países desenvolvidos têm tirado espaço e força às campanhas que procuram promover a solidariedade com povos distantes. Assim, nos países ocidentais e em Bruxelas, nomeadamente, as instituições oficiais que se ocupam da cooperação para o desenvolvimento e da ajuda humanitária têm estado a perder peso político.


Por outro lado, a opinião pública tem sido subtilmente influenciada pela ideia que o mundo para além das nossas fronteiras nos é hostil. Certos líderes de opinião tentam meter-nos na cabeça que os outros povos apenas pretendem roubar-nos empregos, através da globalização, ou imigrar para as nossas cidades e submergir os nossos valores e tradições. Quando se tem essa visão do estrangeiro, não é fácil aceitar a premência de um sistema de relações internacionais que seja mais justo e mais generoso.


Nas minhas funções internacionais invoquei muitas vezes o princípio da solidariedade entre os povos, quando precisava de mobilizar recursos para responder a desastres humanitários ou para evitar o regresso à violência e a crises civis. Nos últimos anos tive, no entanto, que acrescentar progressivamente mais umas frases, para tentar demonstrar que, para além da solidariedade, estavam também em jogo os interesses nacionais dos doadores. Apenas a combinação destes dois argumentos permitia mover as burocracias e soltar os cordões à bolsa. Hoje, até este entendimento é mais curto. Os interesses nacionais, para as maiorias que nos governam, têm apenas que ver com os resultados que irão sair das próximas eleições.


Num contexto assim, é fundamental apoiar os esforços dos cidadãos e das associações que estejam genuinamente empenhados em tarefas altruísticas. Também é essencial que se continue a falar destas coisas. Para combater a indiferença e lembrar que a solidariedade é um valor humano que nos permite estar mais vivos na vida que nos rodeia.

Emprestar no vazio

O governo espanhol quer ajuda comunitária para cerca de 50% dos bancos privados, mas sem condições nem programa de reforma económica. Ajuda sem acordo nem indicadores de progresso aceitáveis para quem disponibilizaria o dinheiro. Apenas porque a economia espanhola é a quarta maior da eurozona, um peso pesado...talvez não tão pesado quanto pensa...

 

Desejo boa sorte a Mariano Rajoy.

Diversidade

A diversidade religiosa e étnica na Europa, eis o tema que me vai ocupar os próximos dias. Uma matéria complexa, com dimensões políticas a juntarem-se aos direitos humanos, aos valores que cada sociedade deve partilhar, e com aspectos económicos e sociais. Sem contar com a definição de valores absolutos, como a igualdade entre os homens e as mulheres, e a maneira como esses valores são encarados por diferentes culturas.

 

Não são meras questões filosóficas. É a estabilidade da Europa que está em jogo.

Mineiros da coragem

Os 33 mineiros chilenos deram várias lições ao mundo. Mostraram como funciona uma equipa coesa, bem chefiada, determinada, o que significa ter coragem, o valor da paciência, da perseverança e da disciplina, o saber acreditar nos outros, nas autoridades, nos grupos de socorro, na solidariedade. Mostraram o peso que o apoio familiar tem, quando se trata de situações dramáticas.

 

Trabalhavam em condições de grande precariedade laboral, numa mina que não aplicava os regulamentos mínimos de segurança, mas que pagava um pouco mais. Hoje, os homens aprenderam que a segurança não tem preço e que certos riscos não compensam. Saem deste acidente mais fortes e com uma visão muito diferente da vida e de si próprios.

 

Que a vida lhes continue a dar a sorte que desta vez não lhes faltou!

 

Na terra dos outros

A economia alemã deve crescer cerca de 1,4% este ano. Entretanto, as negociações entre os sindicatos e as confederações patronais prevêem aumentos salariais importantes, para o próximo ano. Um acordo recente no sector metalúrgico fará subir os salários dos operários em cerca de 3,6% em 2011.

 

Entretanto, o governo federal resolveu cortar o número de militares de 160 000 para 120 000. Um dos generais, amigo meu, disse-me que os cortes vão ser a direito, sem terem em conta as necessidades mais estratégicas do sector da defesa. A verdade é que a Alemanha quer dar o exemplo, em termos de equilíbrio das contas públicas.

 

Entretanto, em Portugal, para além das chuvas, o temporal é outro. O governo acusa o PSD de não querer acertar as contas. O PSD diz que o governo está desgovernado. O meu empreiteiro de trabalhos ocasionais, esse, diz, que uma vida sem facturas fica mais em conta.

 

 

 

 

Ninguém telefona para Lisboa

Nos últimos dias, o Presidente americano passou algum tempo ao telefone. Teve uma longa conversa com Angela Merkel, para a convencer a aceitar o pacote de medidas de apoio à Grécia. Falou com o Presidente francês, este fim-de-semana, para que acelerasse o processo de aprovação do fundo de monetário de estabilização do euro. Esteve, ontem, em linha com Zapatero, para que não continuasse a haver dúvidas sobre a preocupação com que Washington vê a situação espanhola e o potencial destabilizador que representa. Felicitou David Cameron. Aproveitou para mencionar a importância que os americanos dão a uma contenção fiscal na Grã-Bretanha.

 

Depois de cada chamada, houve resultados concretos. A Alemanha decidiu alinhar-se com os outros, na ajuda urgente à Grécia, apesar dos custos eleitorais elevados para a coligação no poder, em Berlim. Sarkozy anulou a viagem a Moscovo, ficou a liderar a criação do fundo de emergência. Em Espanha, as medidas anunciadas, hoje, pelo governo respondem ao apelo de Barack Obama. A coligação em Londres está a enviar sinais positivos aos mercados, apesar de uma situação económica preocupante.

 

Duas lições a tirar de toda esta movimentação: os Estados Unidos compreendem a dimensão internacional da crise europeia; o impacto que pode ter sobre outras grandes economias; segunda conclusão, a voz de Obama pesa muito nas capitais da Europa.

 

E, Lisboa, no meio de tudo isto? Esta poderia ser a terceira lição.

Madeira precisa de uma onda de fundo

 

Tem que haver uma onda de fundo, de solidariedade nacional, para ajudar a Madeira. Os Portugueses têm que se mobilizar e mostrar que, nos momentos de grandes desafios, somos todos um só povo, uma nação unida pela dor e pela esperança.

 

Que a Madeira seja o estandarte do que há de melhor no coração do nosso País.

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