Os políticos palradores
Há quem confunda muita conversa com capacidade de liderança e prova de inteligência. Não estou de acordo. Nos tempos de hoje, muitas palavras, explicações que nunca mais acabam, discursos com muitas letras, são um enfado.
A Chanceler Angela Merkel não gosta de políticos que falem pelos cotovelos. Eu também não. Um dos casos mais flagrantes é o de Emmanuel Macron, o Presidente da França. Nas conferências de imprensa conjuntas, com a Chanceler, Macron faz intervenções muito longas, que aborrecem a contraparte e nada acrescentam para o esclarecimento da matéria em causa. Mas há outros assim. Um dos personagens portugueses mais em vista, na cena internacional, tem o mesmo hábito. Lembro-me perfeitamente da primeira vez em que fizemos uma viagem de campo juntos. A impressão que me ficou, para além da sua inteligência e da enorme rede de contactos que tinha, foi a de que falava sem parar. Cansava.
Angela Merkel não é assim. É parca nas palavras, diz o que precisa de ser dito e passa ao assunto seguinte. Na minha opinião, essa maneira de agir é mais eficaz do que uma longa conversa.