A discussão sobre os progressos e os perigos da Inteligência Artificial anda muito acesa. Fala-se mesmo no “dilema da IA”. E eu confesso que não entendo qual é esse dilema. Serão, na realidade, vários, ou seja, toda uma série de desafios que irão alterar a maneira como certas profissões serão exercidas, que terão um impacto sobre a estrutura das classes sociais e o novo desenho das pirâmides sociais, e que porão em causa a defesa da soberania dos países que não avançarem rapidamente nas tecnologias e linguagens que permitirão gerir as armas, os sistemas cartográficos, a identificação dos alvos, etc, etc. A verdadeira corrida entre as superpotências decorre aí, na área da defesa, mas não só. A tecnologia de ponta permitirá desenvolver economias mais avançadas, ganhar a corrida do bem-estar e do lazer.
Microsoft vai despedir 10 mil empregados. Amazon pensa fazer o mesmo. Na semana passada, Goldman Sachs despediu, em 30 minutos, 3200 empregados. Crédit Suisse deverá despedir cerca de 9 mil. Meta, Twitter e outros gigantes tecnológicos preparam-se para seguir o mesmo caminho. O mesmo irá acontecer nalguns dos bancos mais importantes nos mercados internacionais.
O objectivo é sempre o mesmo: reduzir os custos, substituindo os humanos por sistemas de Inteligência Artificial. A IA irá representar, em vários sectores, uma revolução no mercado de trabalho. Até na área da advocacia, por exemplo. Quem irá precisar de um conselho de um advogado, se a internet, através da IA, pode dar a resposta à pergunta jurídica e mesmo, se for necessário, preparar o documento de defesa ou de acusação?
O aceleramento da revolução tecnológica terá um impacto impensável sobre certas profissões.