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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Um domingo de vento

Hoje, ao longo do Tejo, entre o Padrão dos Descobrimentos e a Torre de Belém, já se viam mais turistas. Não são muitos, mas para quem não descortinava ninguém, há duas ou três semanas, o pequeno número nota-se e é bem bem-vindo. Alguns dos vendedores de rua, os habituais, também já voltaram a entrar em acção. Vendem pouco mais do que nada, segundo me dizem, mas voltaram optimistas, depois de uma longa pausa sem poderem meter as bugigangas nas mãos dos turistas. O seu grande receio é que Lisboa venha a conhecer um novo pico, que seria desastroso por coincidir com a época do verão.

Também houve filas, este fim-de-semana, à porta dos pastéis de Belém. Isso não acontecia há meses.

De um modo geral, os visitantes estrangeiros que aparecem são casais jovens. O turista da terceira idade, muito frequente nesta altura do ano, ainda não dá sinais de vida.

E o parque de autocarros frente ao Mosteiro dos Jerónimos continua tão vazio como durante toda a pandemia. Não há grupos nem visitas guiadas. Os motoristas de autocarros e os guias devem estar a viver grandes dificuldades.

Os condutores Uber estão novamente activos. A grande maioria dos seus clientes é agora o cidadão nacional. Quem continua parado são os taxistas. A crise aí é muito profunda e parece não ter fim à vista.

De resto, foi um domingo de vento. E neste momento, ninguém sabe o que o vento nos traz.

O vendedor de óculos de sol e dador de esperança

Um dos meus amigos ciganos, que vende óculos de sol em frente à Torre de Belém, voltou agora ao seu posto de labuta, depois de meses de ausência. Não servirá de muito, porque não há movimento, não aparecem turistas pela zona. Mas, mesmo assim, ele voltou e lá anda com uma série de óculos na mão, à espera de um tempo novo, que decerto acabará por vir.

Disse-lhe esta manhã que a sua presença, o seu regresso me dá uma certa esperança. Se ele acredita que a vida vai recomeçar, ele que é também uma pessoa de idade como eu, quem sou eu para lhe dizer o contrário.

Se por lá passarem e virem um homem de fato preto e com um ar magricela e frágil, pronto para vos vender um par de óculos de sol – cinco euros fazem a festa, se o cliente for lusitano – pensem que ao comprar estão também a alimentar a esperança em dias melhores.

 

Os carteiristas também se lamentam

Disseram-me hoje, durante a minha caminhada habitual, que os carteiristas que operam junto do monumento das Descobertas e da Torre de Belém continuam desacorçoados. Estamos no pino de agosto e não há turistas que se vejam. É verdade que há um pouco mais de movimento, quando comparamos a situação de agora com a de finais de julho. Mas é minúsculo e não dá nem para os trocos.  

 

Na Torre de Belém

Nesta altura do ano, as minhas caminhadas diárias passam pela esplanada da Torre de Belém. E mesmo agora, já tarde em setembro, a zona está cheia de turistas. Neste momento, são sobretudo gente da terceira idade, vinda até Lisboa nos navios de cruzeiros. E todos os dias lá estão cerca de duas dezenas de gente nossa, cigana, os homens a tentar impingir aos turistas paus para tirar selfies, uns sticks de plástico barato, e as mulheres, xailes de fibras artificiais, fabricados num qualquer país da Ásia, e comprados aos quilos, num qualquer canto mais escuro do mercado informal em que os nossos concidadãos ciganos se movimentam bem. Quando recentemente indaguei como ia o negócio, um dos homens disse-me que este tipo de turistas dos cruzeiros não compra paus nem panos. Mas a verdade é que ele e os outros e outras lá estão, persistentemente. Por vezes, nem deixam os turistas tirar as suas fotos em paz, tal é a ânsia de vender. Ainda hoje assisti a uma cena dessas, com o velho turista a implorar que o deixassem em paz, para poder tirar uma ou duas fotografias à Torre. Por vezes, a PSP aparece no local. E nessa altura, pode tirar-se toda a fotografia que se quiser, na maior das tranquilidades. Os meu amigos vendedores desaparecem da esplanada, num segundo, como que levados por uma rabanada de vento frio. Nessa altura, não há pau nem xaile para ninguém.

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