Ainda sobre o exercício da NATO
O exercício militar da NATO, que está a decorrer em Portugal e noutros países membros da Aliança Atlântica, sob o nome de Trident Juncture 2015, começou a ser planeado há quase dois anos. E está em implementação desde fevereiro desde ano, nas suas diferentes fases operacionais. O momento actual é apenas o culminar de um longo processo, que tem incluído a participação de várias forças e de muitos intervenientes, tudo sob o comando do quartel operacional da Aliança que está baseado em Brunssum, no sul da Holanda.
Estive envolvido no exercício ao longo de 2014 e 2015. Representava o papel que caberia às Nações Unidas, no cenário que havia sido desenhado. Nesta simulação, o Conselho de Segurança da ONU teria aprovado uma série de resoluções – que tive a oportunidade de redigir. A intervenção aliada teria lugar na sequência dessas resoluções, incluindo uma que dava um mandato legal à NATO para ajudar um determinado país – imaginário –, depois da ocupação armada de parte do seu território nacional por um Estado vizinho, também ele imaginário e especificamente criado para servir os objectivos do exercício.
Ambos esses “países” e a “região” a que pertenceriam foram imaginados como estando localizados muito longe dos territórios dos Estados membros da NATO. Ou seja, não se trataria de uma acção de defesa colectiva de um país da NATO mas sim de uma resposta a um pedido da ONU para contribuir para a resolução de uma crise de soberania num país longínquo.