Grupos de rebeldes entraram esta noite em Tripoli. A capital poderá estar sob controlo da rebelião amanhã, mesmo antes do meio-dia.
Como irá reagir o Coronel e o último reduto dos seus fiéis? Esta é a questão, neste momento. Uma questão que deixa muita gente inquieta. A mistura do desespero e da loucura pode ser explosiva. Prevejo, no entanto, que haverá um golpe palaciano. E que o Coronel e os seus sejam postos de parte por alguns dos que compõem o seu círculo mais íntimo.
Veremos.
Entretanto, Sky News TV, está a marcar pontos em relação à concorrência, ao transmitir o avanço da coluna rebelde em directo. Sky está em Tripoli, com os rebeldes.
O Conselho dos Direitos Humanos da ONU reuniu-se, em Genebra, para debater a situação na Líbia.
A resolução aprovada pelo Conselho, no final dos trabalhos, é adequada. Faz as referências exactas, incluindo as relativas aos crimes cometidos pelas autoridades. Também é importante que o Conselho tenha decidido enviar imediatamente para a Líbia uma comissão internacional de inquérito. Esta é uma das medidas que estão na caixa de ferramentas da diplomacia internacional e é, normalmente, eficaz.
Só que no caso de governantes loucos o impacto é mais demorado...
Por outro lado, a esta hora está reunido o Conselho de Segurança, em Nova Iorque. Existe uma proposta de resolução forte. Vamos ver se passa e com que termos e linguagem.
Este é momento, sem mais demoras, para fazer ver a Seif e aos irmãos que as opções actuais do pai deles não auguram nada de bom. E quando se é jovem, como eles o são, é bom pensar nessas coisas que têm que ver com o futuro de quem ainda tem futuro.
O ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, William Hague, disse, com clareza, ao fim da tarde, que o uso de violência, pelo governo da Líbia, contra manifestantes pacíficos, é inaceitável. Tem que cessar e que haver quem pague por isso.
É de acreditar que outras vozes se juntem à sua. Sem mais demoras, que a gravidade dos acontecimentos assim o exige.
Mal andaria o mundo ocidental se assim não fosse... Se os valores deixassem de orientar o labirinto internacional. Se os crimes contra as pessoas fossem, apenas, avaliados pela bitola dos interesses dos Estados.
Mas será que haverá por aí gente dirigente com coragem para o fazer?