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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

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Crescemos quando abrimos horizontes

Engarrafamentos e polícias

Regressar a Lisboa às cinco da tarde, vindo de Setúbal, neste domingo de Sol, foi um inferno. A fila do pára-arranca começava a mais de três quilómetros da Ponte 25 de Abril. Parecia que metade da cidade saíra para sul e estava agora a regressar a casa.

Não tenho experiência suficiente para dizer se esta é uma situação normal num domingo de Dezembro. Mas que as pessoas andam de um lado para outro, não tenho dúvidas. Uma fila assim até dá para esquecer que há uma epidemia de Covid.

Também fiquei com dúvidas se a operação Stop montada pela PSP após as portagens da ponte, à entrada da mesma na direcção de Lisboa, fora uma coisa bem pensada. A verdade é que tinha um efeito de obstáculo que atrasava ainda mais a passagem pelas portagens. E tinha certamente um impacto negativo sob a disposição dos automobilistas que haviam passado 57 minutos a fazer os últimos três quilómetros. Compreendo, claro, que os agentes estavam ali por causa de ordens superiores. O que não entendo, e isso acontece várias vezes, é a lógica dessas ordens superiores.

Agosto no Alentejo

Hoje o fim do dia foi sobre pizza. A questão era simples, mas essencial: onde encomendar pizzas para sete, quando se está numa vila do interior alentejano? Mas os meus batedores são de primeira e depois de muitas voltas, conseguiram encontrar um sítio que estava pronto para as cozinhar. E assim foi, embora com uma outra dificuldade acrescida. Uma encomenda tão grande estava para além das capacidades habituais. Por isso, os trinta minutos de espera que haviam sido enunciados transformaram-se numa hora e quarenta. Tudo feito a preceito, mas era na verdade um grande desafio, bem fora do habitual. Agosto é, na verdade, um mês que muda as rotinas da tranquilidade alentejana.

Tudo se sabe, nestas terras

Passei hoje por uma pequena localidade de Alentejo, onde tenho duas pessoas conhecidas. De manhã, dei uma volta a pé pela vila. A determinada altura, numa das praças, estava um homem a grelhar uma série de frangos, em resposta a encomendas que havia recebido. Parei para ver as suas artes. Olhou para mim e disse-me que sabia quem eu era e porque estava por ali. E sabia mesmo. Nestas pequenas terras não há segredos. Basta conhecer alguém e depois, o resto espalha-se. Com simplicidade, sem más intenções.

Respondi que sim e que era de Évora. Ser de Évora continua a ser uma mais-valia. E esta, não paga imposto

Um domingo de vento

Hoje, ao longo do Tejo, entre o Padrão dos Descobrimentos e a Torre de Belém, já se viam mais turistas. Não são muitos, mas para quem não descortinava ninguém, há duas ou três semanas, o pequeno número nota-se e é bem bem-vindo. Alguns dos vendedores de rua, os habituais, também já voltaram a entrar em acção. Vendem pouco mais do que nada, segundo me dizem, mas voltaram optimistas, depois de uma longa pausa sem poderem meter as bugigangas nas mãos dos turistas. O seu grande receio é que Lisboa venha a conhecer um novo pico, que seria desastroso por coincidir com a época do verão.

Também houve filas, este fim-de-semana, à porta dos pastéis de Belém. Isso não acontecia há meses.

De um modo geral, os visitantes estrangeiros que aparecem são casais jovens. O turista da terceira idade, muito frequente nesta altura do ano, ainda não dá sinais de vida.

E o parque de autocarros frente ao Mosteiro dos Jerónimos continua tão vazio como durante toda a pandemia. Não há grupos nem visitas guiadas. Os motoristas de autocarros e os guias devem estar a viver grandes dificuldades.

Os condutores Uber estão novamente activos. A grande maioria dos seus clientes é agora o cidadão nacional. Quem continua parado são os taxistas. A crise aí é muito profunda e parece não ter fim à vista.

De resto, foi um domingo de vento. E neste momento, ninguém sabe o que o vento nos traz.

Notas optimistas

Creio que dentro de dias iremos começar a ver os números das infecções ligadas à Páscoa. Infelizmente. Voltei a ter notícias que no Porto a máscara é algo que se usa no braço. Entretanto, ao longo do rio, em Lisboa, a manhã esteve calma e eram poucos os que por ali faziam exercício.

Curiosamente, na zona dos Jerónimos vi duas famílias de turistas estrangeiros. Há muito que esse tipo de humanos haviam desaparecido da zona.

Ao falar com os meus amigos no Algarve fiquei a saber que reservas vindas de fora, nada ou quase nada. Ninguém quer reservar com três ou quatro meses de antecedência, quando tudo é incerto, nos países que tradicionalmente nos enviam turistas.

Veremos se a fronteira com a Espanha abre ainda este mês. Existe todo um debate sobre os benefícios e os inconvenientes do fecho das fronteiras Schengen. É importante que sejam reabertas tão cedo quanto possível. O nacionalismo sanitário não faz bem à ideia europeia.

Entretanto, começam esta semana as reuniões da Primavera do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional. Um relatório que será discutido diz que os países mais pobres não terão ganho a imunidade de grupo antes de 2023. Ou seja, estamos a falar de um longo período até ver de novo esses países integrados plenamente na economia mundial. Uma das consequências será o agravamento da pobreza nessas terras, algo que já vem a acontecer desde o início da pandemia.

No meio de tudo isto, há que manter um certo optimismo. O problema é que não é fácil ser-se optimista a curto prazo. Mas convém tentar.

Abrir um postigo não é solução

Abrir as portas do espaço Schengen aos cidadãos de uma quinzena de países, como deverá ser decidido amanhã, é pouco. Não servirá para grande coisa, para além de mostrar que a crise irá continuar. O mundo não pode continuar fechado durante muito mais tempo. É fundamental aplicar outras medidas de prevenção, que não sejam o fecho das fronteiras e as quarentenas aplicáveis a todo e qualquer um. Testes expeditos, controlos de temperatura, seguimento dos casos suspeitos, promoção de comportamentos responsáveis, harmonização das políticas de saúde ao nível mundial, tem que haver maneira de encontrar um equilíbrio entre a pandemia e o funcionamento das relações internacionais, entre a prudência e a revitalização das economias. Cada dia que foge e que mantém a interdição de viajar para além da nossa vizinhança política é mais um passo para o abismo económico e social. O bloqueio sem esperança nem horizonte é um falhanço da comunidade internacional.

De avião e vamos à vida

O voo de Frankfurt para Lisboa estava a abarrotar. A bordo, a única diferença de monta era o porte de máscara. Todos a tinham, a começar pelos tripulantes. O resto, parecia um voo da época antiga, de antes da pandemia. O embarque fora feito sem qualquer tipo de controlo ou questionamento sanitário. É verdade que antes do embarque, na véspera, havia sido necessário responder a um breve questionário sobre o passageiro e a sua saúde, bem como sobre os motivos da viagem e mais nada. À saída do aeroporto, já em Lisboa, foi obrigatório passar por um sistema de controlo de temperatura. Depois, cada um foi à sua vida, que nestes tempos de recuperação não há tempo a perder.

Uma nova viagem

Estou a fechar um capítulo muito longo da minha vida de caminhante pelo mundo. Esta noite dormirei rodeado de mais ou menos 220 caixotes e cartões de papelão. É como se o passado estivesse preocupado com a pena do meu adeus e quisesse, assim, mostrar-me que 42 anos de andanças precisam de muita embalagem.

Na realidade, tem sido uma final cheia de imprevisíveis. Qualquer plano, no meio de uma pandemia, é um baralho de cartas que mistura tudo, complexidade, incertezas e ansiedades. Sempre lidei com confusão, indecisão e riscos. Mas nada se compara com o que muitos de nós têm experimentado ao longo destes últimos meses. Sobretudo os mais frágeis e pobres. Dizem que a morte é a grande niveladora. Mas o confinamento é o grande revelador das enormes disparidades sociais e da diferença que elas fazem. Esta verdade não necessita de uma caixa de cartão. Irá, no entanto, comigo, nesta nova viagem.

A ver passar os aviões

Hoje, vi passar pela frente dos meus olhos toda uma série de mails sobre o novo aeroporto de Lisboa. Cada um defendia uma opção, entre o Montijo, Alcochete, Ota e assim sucessivamente. E atacava os diferentes governos das últimas décadas, a começar pelo de Guterres, nos anos 90.

Não me meti ao barulho. Trata-se, a meu ver, de mais uma história triste, que me faz duvidar da nossa capacidade de pensar de modo estratégico e com o futuro em mente.

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