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Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

Vistas largas

Crescemos quando abrimos horizontes

Lá fora está a chover

Defendo que a noção de soberania, no contexto da Europa de 2017, não pode ser igual à que existia em 1945, após uma grande guerra entre as nações do nosso Continente. Estes conceitos evoluem com a história e ganham conteúdos e sensibilidades diferentes.

Nacionalismo não significará agora o significava há setenta ou oitenta anos.

Hoje é preciso ter uma visão muito mais aberta, que tenha em conta os interesses comuns e partilhados. Um entendimento estreito da nossa política externa, ou de defesa, segurança interna ou justiça não faz sentido. No presente, a nação ganha projeção quando consegue integrar as suas ambições nessas e nas outras áreas de soberania num sistema comum, que a todos sirva.

Isto não quer dizer que não defenda os seus interesses e as vantagens dos seus cidadãos. Quer dizer, isso sim, que esses interesses ficarão melhor servidos quando aliados aos interesses dos que connosco partilham o mesmo espaço geopolítico e os mesmos valores que definem a nossa cidadania, os nossos direitos e as nossas liberdades.

Quem vê a política de agora com os olhos de outrora só pode concluir que a Europa, enquanto ambição política, não faz sentido. Temos muito disso por aí. São, na realidade, os defensores de uma interpretação retrógrada da história. E sentem-se reconfortados pelo facto de muitos de nós, no nosso quotidiano, nos movermos apenas em redor do campanário que define o horizonte diário das nossas vidas. Como vivemos assim, não acreditamos nem imaginamos que haja necessidade de outros voos.

 

Os criativos da política

Alguém me dizia ontem, pessoa bem introduzida no pequeno viveiro de boatos, conspirações, intrigas e trapaças que é a política nos becos de Lisboa, que ouvira sussurrar que...e continuou por aí fora. Claro que nada tinha fundamento, sabia eu, pois estava dentro do assunto. Mas a coisa era dita com tal convicção, as fontes seriam, se bem entendi, de tal modo impecáveis, que a minha refutação da atoarda é que poderia parecer sem fundamento. 

 

Achei curioso. 

 

E volto, hoje, a desaparecer daqui. A minha vida é outra. Que felicidade não ter que me ocupar da jardinagem do pântano nem das algas que o emaranham. Mas que dá para pensar, dá... 

Movimentos, paralisias e apetites

No movimento diplomático anunciado ontem em Lisboa, olhos atentos perceberam que o lugar de embaixador junto da OCDE, em Paris, cargo que está vago há meses, não foi preenchido. Caso estranho, dir-se-á, tendo em conta que a decisão do governo sobre a movimentação dos nossos embaixadores foi apresentada como sendo de grande alcance, extensiva.

 

Quando tal acontece é, normalmente, por haver um desacordo entre o Primeiro-ministro e o Ministro dos Negócios Estrangeiros, quanto ao nome a escolher. Seria interessante saber que nome fora proposto pelo PM e que personalidade estava na lista do MNE. A curiosidade seria, no entanto, de pouca monta, mero interesse de saber, pois a divergência terá certamente que ver com uma questão bem mundana e não com matérias de substância. Ou seja, seria uma questão deste género: a que amigo partidário dar um tacho bem apetitoso. 

 

A Cooperação e as derivas do MNE

O IPAD, que é o instituto português que apoia a cooperação para o desenvolvimento, está a dois passos de ser reorganizado pelo governo. O decreto-lei está pronto para ser aprovado em Conselho de Ministros, talvez já nesta próxima semana. Tem como objectivo fundir o IPAD com o Instituto Camões, uma instituição com uma vocação completamente distinta do órgão que se ocupa da cooperação internacional.  

 

É um erro. Com vários tipos de consequências. Incluindo no relacionamento com Bruxelas. 

 

Entretanto o pobre do Secretário de Estado da Cooperação ainda anda à procura de uma oportunidade para poder falar com o seu Ministro, Paulo Portas, e perceber qual poderá ser o seu papel no meio de um MNE que vive à deriva das improvisações do chefe.

 

 

Morrer no exílio

José Saramago deixou-nos hoje. Sentimo-nos mais pobres. Foi um português que não teve medo de abrir novas frentes, ao desafiar constantemente a nossa maneira tradicional de pensar. Com ele, com as suas frases intermináveis e as suas alegorias, muitos de nós aprenderam a pensar sem barreiras. A deixar voar o olhar crítico sobre nós próprios. A saber que todas as interrogações são legítimas. 

 

Gente assim cabe dificilmente no Portugal que temos. Por isso, foi viver para a porta ao lado. É melhor para os nervos. E envia um sinal que poucos entendem, mas que deveria voltar à baila, neste momento da sua viagem definitiva para o espaço das memórias. A mensagem que continuamos a fechar os nossos horizontes, a viver agarrados à sotaina das ideias de outrora, num círculo de vistas estreitas, que acaba por excluir as mentes livres e criadoras.

 

Por isso, alguns continuam a morrer no exílio.

Humildades, cambalhotas e desastres

 

Em política, é fundamental ser-se humilde. A política é um serviço. A política é um pacto de confiança entre o eleitor e o agente político. Precrário, que precisa de ser renovado de vez em quando. ´Por vezes, não o é.

 

A falsa humildade é um erro que sai caro. É um teatro mal representado. Termina em pateadas.

 

O espectáculo do senhor das Novas Fronteiras, ontem, a tentar fazer humor com a necessidade de se ser humilde, foi uma cena triste, captada pelas televisões. O pobre homem, que nos confunde todas as Segundas na TV do Estado, meteu os pés pelas mãos e saiu-se mal da cambalhota.

 

A carruagem continua por mau caminho. Creio que a surpresa que vão ter nas legislativas vai se ainda maior do que a de 7 de Junho.

 

O Teatro das Velhas Raposas

 

Na política, o que parece é.  Mas, as verdadeiras razões são sempre outras, escondidas por detrás do teatro e das palhaçadas. A televisão é, por si só, um convite ao espectáculo enganoso.

 

Não convém perder de vista estas verdades, nem mesmo quando se está perante as mordidelas secas das velhas raposas.

Vistas sem visão

 

 

 

 

Copyright V. Ângelo

 

Noutras terras, uma margem à beira-rio, perto do mar e com as vistas que o outro lado de Lisboa tem, seria aproveitada para urbanizações e parques de grande qualidade. Não para depósitos de materiais e silos industriais. Nem para aldeias sem encanto, perdidas na pobreza de quem não recebe ajuda.

 

Quem passeia ao longo do rio, entre a Ponte e a Torre de Belém, vê, do outro lado da água que corre, um país que não sabe dar valor às suas belezas naturais.

 

Que falta de visão, meus senhores. Que estragação.

Gente torcida

 

Copyright V. Ângelo

 

 

Certos políticos são gente torcida, com umas cores de camuflado, numa confusão de tons,  para disfarçar.

 

Ou representará esta imagem o estado do diálogo político em Portugal?

Bonecos animados

 

Certos dirigentes da coisa política têm tendência para confundir movimento com liderança. Pensam que por se mexerem muito estão a marcar a agenda. Confundem agitação e frenesim com dinamismo e resultados. Protagonismo com uma linha de actuação clara. A tudo isso, acrescentam uma garganta cheia de voz grossa, para que se confunda ruído com autoridade.
 
São uns verdadeiros bonecos animados.
 

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