"A retórica belicista de Vladimir Putin e dos seus acólitos contra a NATO e a União Europeia tem-se agravado à medida que nos aproximamos da eleição presidencial russa, marcada para 15 a 17 de março."
Assim começa o meu texto de hoje no Diário de Notícias.
Este é o link para o texto que publiquei na sexta-feira no Diário de Notícias.
Cito umas linhas dos texto: "Já Putin e Kim não precisam de falar do seu futuro político. Estão convencidos que têm impérios para mil anos. Em Vostochny falaram sobretudo da cooperação militar. A Rússia pode ajudar nas áreas do nuclear e da conquista do espaço, que são duas obsessões de Kim. E a Coreia do Norte pode fornecer munições, obuses e outras peças de artilharia, embora os russos hesitem quanto à precisão desse material. Mas o encontro tinha sobretudo várias dimensões políticas: mostrar que a Rússia e a Coreia do Norte se podem entender sozinhas, sem a intermediação da China, de quem não querem ser vassalos; que a Rússia poderá estar pronta a vetar, no Conselho de Segurança da ONU, qualquer renovação das sanções contra Pyongyang, quebrando assim a unanimidade que tem existido entre os membros permanentes, a não ser que os países ocidentais adotem uma postura mais branda no seu relacionamento com Moscovo; e finalmente, os russos querem assinalar que a sua escalada do conflito com o Ocidente pode levá-los a incitar Kim Jong Un a cometer uma loucura bélica na sua parte do mundo. Isso levaria os EUA a virar toda a sua atenção para o nordeste da Ásia, deixando a Ucrânia para trás, em termos de apoio."
O Presidente Erdogan voltou de Sochi, do seu encontro com Vladimir Putin, profundamente preocupado. Achou que Putin está absolutamente determinado a continuar a agressão militar contra a Ucrânia, custe o que custar. Não há qualquer hipótese de negociações no horizonte. E que, se fôr necessário, não hesitará e atacará um ou outro país ocidental.
A crise criada pela clique que controla o poder na Rússia põe em causa o futuro pacífico da Europa, para além da destruição que provoca no Ucrânia. Deveria ser resolvida com um tratado de paz abrangente, que englobasse todas as partes. Mas não vejo hipótese alguma de se conseguir um tal tratado. Deve, no entanto, repetir-se continuamente que essa seria a única solução razoável e respeitadora dos direitos soberanos da cada Estado.
Um armistício e um congelamento das hostilidades é inaceitável, por beneficiar o infractor. Não é impossível de obter, mas deixaria o problema por resolver e acabaria, mais tarde ou mais cedo, por dar lugar a uma nova agressão russa e a uma nova guerra. E abriria a possibilidade de outras agressões da Rússia contra a sua vizinhança ocidental, a começar nos países bálticos ou na Polónia. A Rússia ficaria sempre a ganhar e, por isso, não hesitaria, embora se tratasse de países da NATO. Procederia a um ataque rápido e de surpresa, e depois de ocupar algum território, sobretudo um corredor que lhe permitisse ligar a província de Kaliningrado à Bielorrússia e à própria Rússia, mostrar-se-ia pronta para assinar um acordo de tréguas.
Nicolas Sarkozy, o antigo presidente francês, aparece agora numa acusação do ministério público, como um agente de Vladimir Putin. Segundo o procurador da república, terá recebido centenas de milhares de euros como compensação pela propaganda de que foi responsável. Vai ser julgado. Veremos o que será revelado durante o processo. Entretanto, fica claro que Putin aprecia uma boa campanha de propaganda e parece pagar bem. Será que também teremos por estes lados, aqui em Portugal, quem esteja a ser pago por Putin?
Este é o meu texto de hoje no Diário de Notícias. Trato da cimeira absurda que Putin organizou com alguns países africanos.
Cito umas linhas, como de costume: "Estamos a assistir a um novo despertar em relação a África. Neste contexto, é bom lembrar que existe agora uma outra realidade: os povos africanos sabem cada vez mais o que querem. Algo que eu resumo assim: respeito, segurança e um desenvolvimento sustentável."
Finalmente, Vladimir Putin anunciou que não estará presente na próxima cimeira dos BRICS, que terá lugar a partir de 22 de agosto, na África do Sul. Foi um grande alívio para os sul-africanos que não queriam de modo algum uma visita desse género, e uma prova clara que o presidente russo tem poucas hipóteses de viagens internacionais, depois da acusação formal do Tribunal Penal Internacional. Putin entende agora de maneira mais clara o que significa ser um pária na cena internacional.