O ataque cibernético
Não tenho informação privilegiada sobre o ataque cibernético contra a rede da Vodafone.
Todavia, tendo em conta o alvo, ou seja, uma empresa de telecomunicações que por definição deve estar altamente protegida contra os piratas informáticos, e o objectivo, que aparentemente era o de interromper um sistema importante para a ordem interna e a economia, creio que a origem do ataque só pode estar num serviço oficial baseado num Estado hostil. O grau de sofisticação necessário para uma operação destas só existe em estruturas secretas, pertencentes a forças militares ou a serviços de espionagem e de ofensivas cibernéticas.
Mais ainda, este incidente poderá ter sido um “exercício de prática” de uma dessas estruturas, ou então, uma espécie de aviso do que poderá acontecer se se passar a um patamar mais intenso de um conflito híbrido.
Por tudo isto, é essencial que haja colaboração entre os diversos organismos de investigação bem como com peritos estrangeiros, de nações aliadas, para que se compreenda o que se passou e se tirem as conclusões mais apropriadas.
É de prever que acções deste tipo voltem a acontecer. Convém aprender, melhorar, intensificar os meios de protecção – nomeadamente os meios humanos – e esclarecer as pessoas, de modo a evitar que a penetração dos sistemas se faça por razões de desconhecimento e de desleixo.