Toque final em 2014
O último dia do ano como que passa depressa. Está tudo já com os olhos postos no novo que se aproxima. A verdade é que, olhando para trás, o ano de 2014 parece ter sido um relâmpago que agora se extingue. Em Portugal, o relâmpago não foi mais do que uma manifestação de um ano de grandes tempestades. Foi o ano que abalou o que restava de confiança na liderança da sociedade portuguesa. Perderam os políticos, com a excepção de António Costa, que vai ter o seu ano teste em 2015. Perderam os banqueiros e os dirigentes das grandes empresas públicas, com destaque para o banco que se revelou um castelo de cartas gerido por uma família de malabaristas, e para a PT, que vale hoje uma pequena parte do que valia há tempos. Perderam os comentadores “oficiais” das televisões, que poucos acreditam ainda na bondade das opiniões que emitem.
Assim, num balanço rápido, pode dizer-se que Portugal termina o ano de 2014 mais pobre. Em várias áreas, mas sobretudo no domínio das lideranças e das ideias inovadoras e generosas.
Dir-me-ão que se faço um balanço negativo. Talvez. Com realismo, acrescentarei. Mas também quero ser optimista. Um dia teremos dias melhores. Até lá, comecemos 2015 sem desânimos. Que o melhor só se consegue quando se acredita na sua possibilidade e se luta por ele. Assim, em 2015, a luta continua, como diria aquele camarada de Moçambique…