Ucrânia: as duas faces da moeda
Apesar de ambas as partes terem dito, no final da reunião de ontem em Genebra, que continuariam o diálogo, estou convencido que será muito difícil conseguir um desanuviamento no futuro imediato. Por isso mesmo, a promessa americana de submeter um conjunto de respostas por escrito na próxima semana é esperada com muita apreensão. Esse documento tem de permitir que haja uma clarificação das posições, uma identificação das medidas que cada lado deverá levar a cabo e propor um processo de negociações.
Entretanto, o fornecimento de armas e equipamento militar à Ucrânia, por parte dos Estados Unidos, deve ser visto como a outra face da moeda: por um lado, investe-se na diplomacia, por outro, não se perde de vista a dimensão militar.
É evidente que tudo isto agrava uma situação extremamente delicada. Mas não há condições, neste momento, para apostar apenas na diplomacia. O reforço da capacidade de defesa da Ucrânia é absolutamente essencial. A liderança russa tem de compreender que qualquer violação da fronteira ucraniana terá enormes custos militares, para além de todo o pacote de medidas que possam vir a ser tomadas contra os interesses económicos e financeiros da Rússia. Na verdade, perante uma situação de força deve-se responder com meios civis e militares. De modo completo, compreensivo.