Um optimismo resignado
Neste momento, há algum movimento turístico na minha zona de Belém. Nada que se compare a anos passados, mas nota-se a presença de turistas, algo que não acontecia há um ano. A grande maioria são pessoas jovens. Casais com crianças e adolescentes são raros. Pessoas do tipo reformado, praticamente zero.
Os comerciantes locais, sobretudo os restaurantes, olham para tudo isto com um optimismo resignado. Pouco é melhor do que nada. Será disto que se fala, quando se usa a palavra moderna, que anda na boca dos políticos mais modernos, resiliência?
Entretanto, um amigo meu esteve hoje em Silves. Disse-me que a cidade está deserta. Vários restaurantes estão fechados. Não aparecem clientes que justifiquem a abertura.
Tudo isto pesa muito na economia nacional. Ainda não se percebe qual será o verdadeiro impacto, mas que haverá um impacto negativo é certo. Pensar que os dinheiros que virão de Bruxelas irão tapar estes buracos parece-me um bocado ilusório. Muitos desses dinheiros vão para grandes projectos do sector público ou para-público e nada têm de ver com a sobrevivência das pequenas empresas e dos comércios que são uma parte significativa do tecido económico privado.
Mas há que acreditar em dias melhores, diria o meu amigo Martins, da rua de Belém.